Brasil, 13 de novembro de 2025
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Crise na candidatura de Molon ao Senado e disputas no PSB do Rio

Alessandro Molon enfrenta dificuldades em sua candidatura ao Senado devido à pressão de aliados e ao tema da violência no Rio.

O cenário político no Brasil se torna cada vez mais complexo, especialmente no que diz respeito às eleições. Alessandro Molon, ex-deputado e figura proeminente da esquerda na corrida ao Senado no Rio de Janeiro, atualmente se vê em uma posição delicada. Apesar de ter sido um forte candidato na eleição anterior, onde foi derrotado por Romário, as pressões internas e as questões relacionadas ao crime têm mudado o ânimo em torno de sua futura candidatura. O atual contexto político exige uma análise detalhada dos desdobramentos enquanto a violência ganha destaque nas discussões públicas.

Pressões internas e a fragilidade da candidatura

Alessandro Molon (PSB), que havia sido considerado um dos principais nomes da esquerda para as próximas eleições, está enfrentando um forte movimento por parte de seus aliados para que ele desista de sua pretensão ao Senado. Os prefeitos João Campos, do Recife, e Eduardo Paes, do Rio, são vozes influentes que sugerem que Molon concentre seus esforços em uma candidatura para deputado federal. Essa orientação surge em um momento em que discussões sobre a violência no Rio se intensificam, especialmente após eventos trágicos como a operação policial no Complexo do Alemão.

Um dos principais argumentos nas discussões políticas é a maneira como Molon lidou com questões de segurança pública. Em 2019, ele foi responsável por uma petição ao Supremo Tribunal Federal (STF) conhecida como “ADPF das Favelas”, que questionava a letalidade das ações policiais em comunidades cariocas. Embora tenha como objetivo proteger a vida de inocentes, a ação acabou se tornando um trunfo nas mãos da direita brasileira, que retratou a esquerda como defensora de bandidos. Esse estigma parece ter prejudicado a imagem de Molon e seu partido, especialmente diante da crescente popularidade do governador Cláudio Castro (PL).

Impactos das operações policiais e a resposta do PSB

Após a recente operação no Alemão, que resultou na morte de 121 pessoas, as tensões aumentaram. João Campos ficou irritado com a manifestação do advogado Daniel Sarmento, que representava o PSB e pediu que a Polícia Federal investigasse as ações. A crítica à polícia, em um momento tão sensível, não é bem vista por Campos, que teme repercussões negativas para a candidatura de Molon.

Molon tentou minimizar as fricções explicando que houve um “ruído de comunicação” entre ele e Sarmento a respeito da ação judicial. No entanto, a situação demonstrou a dificuldade de manter uma posição coesa no partido, especialmente quando alianças são tão frágeis e estão sob a pressão da opinião pública.

A luta pelo controle do PSB no Rio de Janeiro

Além das dificuldades em sua candidatura, Molon também se preocupa com a manutenção do seu comando à frente do PSB fluminense. A relação com outros líderes do partido se deteriorou, e a desconfiança em sua habilidade de conduzir o diretório tem crescido. O incidentes recentes podem levar a uma reavaliação do que se espera de sua liderança, especialmente considerando o desempenho eleitoral do partido, que tem sido abaixo das expectativas, resultando na perda de deputados na Câmara.

O atual cenário, marcado por um crescimento nas apreensões populares em relação à segurança pública, pressiona ainda mais Molon. Ele não é apenas um candidato, mas também um líder que vê sua credibilidade e habilidade de conduzir o partido à vitória sendo questionadas. Campos e Paes, que já enfrentam suas próprias batalhas políticas, ainda não abordaram diretamente Molon sobre sua possível desistência ao Senado.

Considerações sobre o futuro político de Molon

Com a crise se aprofundando e novas candidaturas surgindo, como a da deputada Benedita da Silva (PT), que critica abertamente as operações policiais, Molon se encontra em uma posição de vulnerabilidade. Sua trajetória política, que já teve momentos polêmicos com a esquerda e significativas divergências internas, agora observa um dilema crítico: continuar lutando por uma cadeira no Senado ou recalibrar sua estratégia em um ambiente político hostil.

Por fim, a trajetória de Molon reflete as tensões e contradições que caracterizam a política no Brasil. As movimentações internas no PSB e a pressão externa para que ele desista de sua candidatura são um indicativo de que o jogo político nunca foi tão dinâmico e imprevisível, colocando em evidência os desafios da coordenação entre os diversos setores da esquerda no estado e no país.

Enquanto as eleições se aproximam, a atenção não só se volta para quem se candidatará ou não, mas também para como essas mudanças e os desafios são moldados pela opinião pública e o espaço político em evolução no Brasil.

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