As ações da Edenred e da Pluxee tiveram fortes quedas nesta semana após o governo aprovar novas regras para o setor de benefícios, impondo limites às taxas cobradas de restaurantes e estabelecimentos comerciais. As companhias avaliam recorrer à Justiça contra o decreto, que altera significativamente as condições do mercado.
Regras mais rígidas afetam mercado de benefícios
De acordo com a Edenred, a nova regulamentação limita a taxa de transação a 3,6%, em comparação com a média de mercado de 6% a 8%. A medida também exige interoperabilidade total entre os programas de vale-refeição e alimentação. Como consequência, as ações da Edenred recuaram 12%, atingindo o menor nível desde janeiro de 2017, enquanto as da Pluxee caíram mais de 13%, maior queda diária desde a divisão da Sodexo, em 2024.
Impacto financeiro estimado
Analistas da Bloomberg Intelligence estimam que a limitação das taxas provocaria uma redução de 10% a 16% no EBITDA da Edenred e de mais de 20% na Pluxee. A Edenred, responsável por 9,5% da receita operacional brasileira em 2024, afirmou que poderá revisar suas projeções para 2026, prevendo uma queda orgânica de 8% a 12% na margem operacional do próximo ano.
Reação das empresas e possíveis ações legais
As companhias afirmaram que avaliam recorrer à Justiça contra o decreto, alegando que as mudanças interferem nas relações comerciais privadas e limitam a capacidade de inovação e competição. A Pluxee destacou que as novas medidas dificultam a relação com o mercado e prejudicam as iniciativas de inovação.
Contexto e perspectivas
Segundo o analista Yi Zhong, da AlphaValue, o novo marco legal impõe um teto de 3,6% nas taxas, abaixo da média de mercado, criando um cenário de maior regulação para o setor de benefícios. Especialistas alertam que o efeito conjunto da regulamentação pode reduzir significativamente o EBITDA de empresas como Edenred e Pluxee, prejudicando suas projeções de crescimento para os próximos anos.
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