Brasil, 12 de novembro de 2025
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Mais brasileiros defendem inelegibilidade de Bolsonaro, aponta pesquisa

A pesquisa mais recente intitulada “A Cara da Democracia” demonstra uma mudança significativa na percepção dos eleitores brasileiros em relação à inelegibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Durante o último ano, 52% dos entrevistados manifestaram apoio ao afastamento de Bolsonaro das eleições até 2030, uma alta em comparação aos 45% que compartilham da mesma opinião no ano anterior. Essa crescente rejeição ao ex-mandatário acompanha os desdobramentos do julgamento sobre a sua suposta participação em uma trama golpista.

Aumento da apoio à inelegibilidade

Os dados da pesquisa mostram que a quantidade de eleitores que consideram injusta a inelegibilidade de Bolsonaro caiu de 44% para 40%. Além disso, a fatia de pessoas que não souberam ou não quiseram opinar sobre a situação do ex-presidente diminuiu de 11% para 8%. Esta evolução nos números indica uma tendência clara de que a população está se posicionando de forma mais crítica em relação a Bolsonaro, especialmente após a sua recente condenação.

Os resultados sugerem que o afastamento do ex-presidente pode ser prolongado devido a implicações da Lei da Ficha Limpa e à condenação atribuída à sua atuação durante o período conturbado da política brasileira.

Opiniões sobre a anulação das condenações

Quando questionados sobre o desfecho do julgamento referente à trama golpista, 53% dos entrevistados se opuseram à anulação das condenações de Bolsonaro, enquanto apenas 40% se mostraram favoráveis a essa ideia. Além disso, um debate sobre a possibilidade de anistia ao ex-presidente está sendo travado no Congresso Nacional, mas 53% da população se posicionaram contra essa opção, evidenciando um descontentamento generalizado em relação à figura de Bolsonaro.

De acordo com Lúcio Renó, professor da Universidade de Brasília e um dos pesquisadores envolvidos na pesquisa, esses resultados revelam que, apesar da condenação, uma parte significativa dos apoiadores de Bolsonaro continua a defendê-lo, alegando perseguição política.

Reações à invasão de 8 de janeiro

O levantamento ainda revela um dilema entre os entrevistados sobre a invasão às sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro. Enquanto 76% desaprovam a ação, existe um debate sobre as penas infligidas aos condenados: 40% acreditam que as punições foram excessivas, 41% as consideram justas e 11% as avaliam como leves. Essa divisão demonstra um cenário polarizado, refletindo a complexidade do sentimento público em relação a eventos antidemocráticos.

Percepções sobre o tarifaço e seus responsáveis

A pesquisa também abordou a percepção da população em relação ao chamado tarifaço, que enfrentou reprovação de 77% dos entrevistados. Ao indagar quem seria o responsável pela implementação das tarifas, 21% atribuíram o ônus a Bolsonaro, seguidos por 14% que mencionaram o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, e 13% citaram o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP). Esses números demonstram que a insatisfação com o governo atual se estende além de Bolsonaro, atingindo outros membros da direita.

Adicionalmente, o episódio causou um impacto negativo significativo na imagem da direita associada ao ex-presidente. O percentual de eleitores que afirmam não gostar ou gostar pouco de Bolsonaro aumentou de 49% para 55%. Esse fenômeno também se refletiu em outras figuras políticas, como o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, cuja rejeição cresceu de 33% para 44% e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, que viu seu índice de rejeição subir de 49% para 54%.

Contexto da pesquisa e imutabilidade de Lula

Com relação ao presidente atual, Luiz Inácio Lula da Silva, a rejeição permaneceu estável, variando de 40% para 41%. O levantamento de opinião foi realizado com 2.510 eleitores em todo o Brasil entre 17 e 26 de outubro, portanto, não captou o impacto de eventos recentes, como a megaoperação que ocorreu em 28 de outubro, resultando em 121 mortes no Rio de Janeiro.

Esses dados indicam que, embora a imagem de Bolsonaro esteja em declínio, a polarização política no Brasil continua a desafiar a coesão social e a confiança nas instituições democráticas. A análise deste cenário se torna crucial para entender o futuro político do país e as atitudes dos eleitores que moldarão as próximas eleições.

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