A irmã Luciane de César, da congregação das Pobres Servas da Divina Providência, realiza um trabalho excepcional com crianças em situação de vulnerabilidade no Quênia. Sua dedicação a meninas e meninos de rua se traduz em abrigo e educação, mudando a trajetória de vidas marcadas pela adversidade.
A missão no Quênia
Durante a COP30, tive a oportunidade de conhecer a irmã Luciane no Barco-Hospital Papa Francisco, ancorado em Belém. A conversa revelou a profundidade de seu trabalho no Quênia. “A minha missão no Quênia é cuidar de crianças, especialmente meninas que enfrentam graves problemas familiares e meninos de rua”, compartilha Luciane.
Em sua congregação, as meninas que vivem com ela estão em situação de vulnerabilidade e enfrentaram episódios de abuso. “Criamos um ambiente seguro onde podem estudar e encontrar abrigo. Para os meninos de rua, oferecemos a oportunidade de viver conosco, permitindo que frequentem a escola”, explica a irmã.
O projeto é um esforço não apenas para retirar as crianças das ruas, mas também para proporcionar um lar e reestabelecer a dignidade perdida. “As crianças que moram conosco vão à escola e à igreja, retornando para casa onde são acolhidas”, diz Luciane. A paróquia local também faz parte dessa missão, com um trabalho ativo no centro diurno para meninos de rua, que visa oferecer maior suporte.
A realidade no Quênia
A irmã Luciane descreve o Quênia como um país com grandes desafios, mas também repleto de dignidade. “Apesar de ser um país pobre, é habitado por pessoas que, embora sofram, mantêm uma impressionante dignidade”, afirma. A maioria da população vive da agricultura de subsistência, e a falta de acesso básico à educação e saúde é alarmante. “A educação pública é paga, deixando muitas crianças fora da escola, e o acesso a serviços de saúde é bastante limitado”, lamenta.
Além disso, Luciane destaca que muitos residentes ainda buscam a medicina tradicional, devido à escassez de hospitais e medicamentos. “É gratificante ver a força e a resiliência dessas pessoas, mas é doloroso perceber a falta de oportunidades que elas têm. No entanto, é muito gratificante trabalhar lá”, ressalta a irmã.
A Congregação das Pobres Servas da Divina Providência
A Congregação das Pobres Servas da Divina Providência, fundada por São João Calábria e oficialmente reconhecida em 1957, é composta por cerca de 100 irmãs atualmente. A origem da congregação remonta a um contexto desafiador em 1910, quando o Padre Calábria fundou a instituição para cuidar de crianças abandonadas e necessitadas.
O início da congregação foi marcado pela determinação do Padre Calábria, que, inspirado por Deus, reuniu mulheres dispostas a auxiliar no cuidado de crianças, desenvolvendo atividades que envolvem tarefas domésticas e apoio emocional. As irmãs se tornaram figuras maternas para essas crianças, oferecendo não apenas abrigo, mas amor e atenção.
Para saber mais sobre o trabalho da Congregação das Pobres Servas da Divina Providência e suas iniciativas, acesse o site oficial.
Com esse testemunho de fé e solidariedade, a irmã Luciane continua sua missão, mostrando que, mesmo diante de enormes desafios, é possível fazer a diferença na vida de muitos.


