Brasil, 7 de dezembro de 2025
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Especialista alerta: inteligência artificial não é uma deidade

Ana Lazcano, diretora do Instituto de Inteligência Artificial na Espanha, defende uma abordagem crítica e ética frente ao avanço da tecnologia.

Ana Lazcano, diretora do Instituto Universitário de Inteligência Artificial da Universidade Francisco de Vitoria, na Espanha, enfatizou que a inteligência artificial (IA) não é uma entidade poderosa e que cabe a sociedade estabelecer fundamentos de pensamento crítico sobre seu uso, em entrevista à ACI Prensa, parceira de notícias do CNA.

Construindo uma visão unificada da inteligência artificial

Na conversa, Lazcano explicou que o novo instituto busca oferecer uma perspectiva integrada sobre a IA, uma disciplina que ela caracteriza como uma “ciência interdisciplinar que chegou como um tsunami”. “Precisamos de uma abordagem unificada, de fortalecer a compreensão sobre o tema”, afirmou, destacando a importância de compreender os aspectos éticos envolvidos na tecnologia.

Ela também ressaltou que a IA deve ser vista como uma ferramenta que complementa o conhecimento humano, e não uma substituta ou uma entidade onipotente. “Ela não deve ser tratada como uma divindade, pois estamos diante de um complemento, não de algo que possui atributos divinos”, enfatizou Lazcano.

Perspectiva católica e cautela no uso da IA

Segundo Lazcano, a postura recomendada, alinhada ao ensinamento do Papa Leão XIV, é de compreensão e cautela: “Não devemos temê-la, mas entendê-la e usá-la com muito cuidado”.

Ela destacou que a tecnologia deve ser mantida em seu devido lugar, primando pelo conhecimento e sabedoria humanos, que são aquilo que nos diferencia da inteligência artificial. “Quando a tratamos como uma divindade, estamos cometendo um grande equívoco”, reforçou.

Bases para o bem comum

O instituto pretende fundamentar suas ações em quatro pilares principais: formação, pesquisa, transferência de tecnologia e disseminação, sempre buscando contribuir para o bem comum. Lazcano afirmou que a formação de “estudantes bem preparados” deve ir além do aspecto técnico, abordando também as questões éticas que a IA levanta.

Sobre a disseminação, ela reforçou a necessidade de promover o pensamento crítico, uma vez que há muita “barulheira” ao redor da IA, muitas vozes e informações conflitantes. “Queremos gerar conteúdo de qualidade que realmente contribua com a sociedade”, afirmou.

Impacto no mundo acadêmico

Lazcano assinalou que a inteligência artificial tem alterado significativamente a educação, desafiando “como ensinamos, aprendemos e avaliamos”. Segundo ela, é fundamental que universidades ofereçam formação tecnológica aos professores, alunos e pesquisadores para que possam aproveitar melhor as ferramentas disponíveis.

Apesar de reconhecer resistência às mudanças, Lazcano acredita que essa revolução tecnológica deve ser encarada como uma oportunidade. “Estamos numa pequena revolução, que deve ser acolhida e utilizada ao máximo, sem medo ou visão negativa”, afirmou.

Desafios e esperanças

Um dos grandes desafios é a crescente disparidade tecnológica entre professores e estudantes, já que estes últimos vêm se aprimorando mais rapidamente com as novas ferramentas de IA. “A produção escrita, por exemplo, perdeu um pouco de sentido, pois fica difícil saber se uma tarefa foi realmente feita pelo aluno ou por uma inteligência artificial”, admitiu Lazcano, demonstrando esperança na fase de adaptação do processo educativo.

Ela acredita que esse momento pode reforçar o debate, a reflexão e o olhar crítico no ensino superior, “voltando às funções tradicionais da universidade e promovendo uma educação baseada no pensamento crítico, mais do que na simples aquisição de tecnologia”.

Esta reportagem foi originalmente publicada pela ACI Prensa, parceira do CNA, e adaptada para o português. Para ler a matéria completa, acesse este link.

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