Brasil, 12 de novembro de 2025
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Divisão na percepção sobre segurança pública entre brasileiros

Pesquisa revela diferentes opiniões sobre a responsabilidade pela segurança pública no Brasil, dividindo a população entre esferas de governo.

A recente pesquisa “A Cara da Democracia”, realizada por instituições renomadas como UFMG, Unicamp e UnB, mostra que a população brasileira apresenta opiniões divergentes sobre qual esfera do poder público deve ser responsável pela segurança pública. Em um contexto onde a sensação de segurança é constantemente debatida, a pesquisa destaca que cerca de 25% dos entrevistados acreditam que essa responsabilidade recai sobre os governos estaduais, enquanto 24,5% apontam para o governo federal, e 20,4% defendem que as prefeituras devem assumir essa função.

Percepção Geral de Segurança

Além das atribuições, o levantamento investigou a percepção geral de segurança entre os brasileiros. Os resultados revelam que 43% da população se sente muito segura em sua vizinhança, enquanto 32% se consideram pouco seguras. Uma porção menor, 14%, afirma sentir-se um pouco insegura, e 10,3% se sentem inseguras. Em relação à experiência direta com o crime, 15% dos entrevistados relataram ter sido vítimas de algum crime nos últimos 12 meses, enquanto 84% se disseram não ter passado por essa situação.

Atribuições de Segurança Pública

A pesquisa também revela outras percepções sobre quem deveria cuidar da segurança pública. Aproximadamente 11,6% dos entrevistados acreditam que cada indivíduo deve ser responsável por sua própria segurança, enquanto 6,5% defendem que empresas privadas deveriam ter essa função. Outros 5,7% indicaram que essa responsabilidade deveria ser uma tarefa conjunta de todos os entes mencionados, com menos de 1% acreditando que nenhum deles deveria ser responsável.

Essas respostas não apenas refletem as preocupações da população, mas também a complexidade do debate sobre segurança no Brasil, tema que se torna ainda mais relevante diante de situações recentes de violência e operações policiais, como a megaoperação que ocorreu em outubro e resultou em 121 mortes no Rio de Janeiro. Essa operação evidenciou a mobilização do governo federal, que enviou propostas de novas diretrizes para o combate ao crime organizado ao Congresso. Entretanto, a discussão gerou controvérsias, especialmente em relação a quem deve liderar essas reformas.

Impacto das Opiniões na Política

O professor Lúcio Reno, um dos responsáveis pela pesquisa, explica que o debate sobre segurança pública tem o potencial de aproximar os eleitores de propostas da direita política. “Historicamente, a segurança pública é uma agenda que favorece a direita e a extrema direita, que tendem a ter uma abordagem mais ‘linha dura'”, afirma Reno. Ele destaca que na América Latina, incluindo o Brasil, esse discurso é bem aceito devido ao viés punitivista ligado à segurança.

Além de apoiaram medidas punitivas, como a redução da maioridade penal — uma proposta apoiada por 64,5% dos entrevistados — muitos brasileiros parecem compartilhar a visão de que a abordagem do combate ao crime deve ser mais rigorosa. Isso reais no debate político atual, onde a luta pela segurança torna-se uma questão prioritária para vários candidatos.

A pesquisa “A Cara da Democracia” entrevistou 2.510 eleitores presencialmente em várias regiões do país entre os dias 17 e 26 de outubro. Contudo, é importante observar que esses dados não captaram o impacto da megaoperação policial realizada em 28 de outubro, o que poderia ter influenciado a percepção da população em relação à segurança pública.

Conclusão

A divisão nas opiniões sobre quem deve ser responsável pela segurança pública no Brasil, conforme evidenciado pela pesquisa, reflete uma sociedade complexa e multifacetada. A luta pela segurança segue sendo um tema central nas discussões políticas, e a forma como o governo e as esferas de poder se posicionam sobre essa questão pode impactar diretamente a percepção e a confiança da população nas instituições.

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