Brasil, 12 de novembro de 2025
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Abertura de passagem humanitária em Gaza e o compromisso de Abbas

Com a reabertura de três passagens em Gaza, líderes discutem reformas essenciais para a estabilidade na região.

Na última quarta-feira, Israel anunciou a reabertura da passagem de fronteira de Zikim para permitir a entrada de suprimentos no norte da Faixa de Gaza. Este evento crucial ocorre em um contexto delicado, onde a necessidade de ajuda humanitária é urgente e as tensões permanecem elevadas. O anúncio foi feito através de um comunicado do Coordenador das Atividades Governamentais nos Territórios (Cogat), indicando que a ajuda será fornecida por meio de organizações internacionais, como as Nações Unidas, após a realização de inspeções de segurança.

Contexto da reabertura da passagem

A passagem de Zikim havia sido fechada por dois meses, desde 12 de setembro, devido à operação “Carruagens de Gideão”, realizada pelas Forças de Defesa de Israel (FDI), com o objetivo de tomar controle da Cidade de Gaza. A operação e a subsequente imposição de bloqueios geraram uma crise humanitária significativa, com milhões de palestinos enfrentando escassez de alimentos, medicamentos e outros suprimentos essenciais. As outras passagens abertas, Kerem Shalom e Al-Awja, também estão sendo monitoradas por medidas de segurança, e a chegada de ajuda humanitária continua a ser uma prioridade para as autoridades internacionais.

Desafios ainda presentes na região

Apesar da reabertura, questões importantes permanecem sem solução. Um mês após o início da trégua entre Israel e o Hamas, as negociações para a restituição de quatro corpos de reféns e a situação dos 150 militantes bloqueados em Rafah estão paralisadas. O Hamas está utilizando a Cruz Vermelha em suas tentativas de localizar os reféns, enquanto as Nações Unidas relatam que mais de um milhão de pessoas na Faixa de Gaza já receberam assistência alimentar. Contudo, as condições continuam precárias e os ataques das FDI não cessaram completamente. Recentemente, receberam relatos de três ataques no nordeste de Beit Lahia, demonstrando que a situação permanece tensa e volátil.

A busca por estabilidade política

Na terça-feira, o presidente palestino Mahmoud Abbas encontrou-se com o presidente francês Emmanuel Macron em Paris. Durante a coletiva de imprensa, Macron enfatizou a importância de evitar que o Hamas reassuma o controle de Gaza e ressaltou que a continuidade da estabilidade política na Palestina está intrinsicamente ligada à realização de eleições democráticas. “Elas devem ser feitas de maneira livre e transparente”, afirmou. Abbas, por sua vez, expressou gratidão pelo apoio de Paris ao povo palestino e reafirmou seu compromisso em buscar reformas dentro da Autoridade Palestina, incluindo a realização de eleições presidenciais e legislativas. Essa busca por legitimidade democrática é vista como fundamental para a estabilização da região.

Violência na Cisjordânia continua a crescer

Além dos eventos em Gaza, a violência na Cisjordânia também continua a aumentar, conforme relatado pela agência de notícias palestina Wafa. Abbas denunciou ataques por colonos israelenses nos últimos dias. Observadores relatam que as Forças de Defesa de Israel intervieram em várias áreas, prendendo civis israelenses envolvidos em agressões contra palestinos e incêndios em propriedades na região. Foram registrados feridos entre os palestinos, com autoridades israelenses confirmando a intervenção militar e a necessidade de ação firme contra a violência de colonos, que foi classificada pelo presidente israelense Isaac Herzog como “chocante e grave”. Herzog instou as autoridades a tomar medidas decisivas para erradicar tais fenômenos violentos, destacando a importância de proteger tanto civis palestinos quanto soldados das FDI.

O panorama atual aponta para uma complexa teia de desafios em Gaza e na Cisjordânia, onde a necessidade de ajuda humanitária e o desejo por estabilidade política competem com a realidade de uma condição de violência prolongada e desconfiança. Para muitos, a esperança reside em formas efetivas de diálogo e em uma governança mais estável, que permita um futuro mais pacífico para todos os envolvidos.

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