Brasil, 7 de dezembro de 2025
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Amizade de mais de três décadas revela nuances da vida do Papa Leo XIV

Livro em espanhol conta episódios pouco conhecidos do pontífice, incluindo o dia em que se acreditou que ele havia morrido

A amizade entre o Papa Leo XIV e o peruano Armando Lovera, que dura mais de 30 anos, revela detalhes emocionantes e pouco divulgados da trajetória do pontífice. O livro “From Robert to Leo”, publicado pela editora Mensajero, conta episódios marcantes, incluindo um incidente na cidade de Trujillo, no Peru, quando muitos pensaramm que o então padre Robert Prevost havia morrido.

História de um engano e da solidariedade

Segundo Lovera, em entrevista à ACI Prensa, a versão oficial afirmava que um jovem, um aspirante a monge agostiniano, havia morrido em um acidente de ônibus enquanto se dirigia a Lima para comemorar o Ano Novo. “Na verdade, era um jovem, um aspirante a monge agostiniano, que morreu em um acidente de ônibus enquanto viajava para Lima”, detalhou Lovera.

Os pais do jovem, provenientes de uma área rural ao norte de Trujillo, não tinham recursos para recuperar o corpo e pediram a “Padre Roberto” que o trouxesse de volta para a aldeia. “Ele percorreu mais de 2.000 quilômetros em um deslocamento de ida e volta para ajudar. Quando fizeram os arranjos, escreveram o nome dele incorretamente e o incluíram na lista de vítimas, o que foi publicado no jornal local de Trujillo”, relatou Lovera.

Armando Lovera e então Padre Robert Prevost em Iquitos, Peru. Crédito: Cortesia de Armando Lovera
Armando Lovera e então Padre Robert Prevost em Iquitos, Peru. Crédito: Cortesia de Armando Lovera

Quando a notícia se espalhou, especialmente entre os mais pobres da paróquia, pessoas choraram com o jornal na mão, oferecendo condolências. Para surpresa de todos, foi Prevost quem abriu a porta de sua casa. “O que mais me impressiona nesta história é a disponibilidade que ele sempre demonstrou aos amigos e, por outro lado, o carinho das pessoas”, comentou Lovera.

Primeiro encontro e amizade consolidada

Lovera recorda o primeiro contato com Prevost, em 1991, na Colômbia. “Na minha paróquia, os jovens eram bastante boquirrotos e informais. Quando me disseram que ele era advogado canônico, pensei que seria um homem muito formal, preso às regras. Mas, assim que ele se apresentou e conversamos, logo percebemos que era uma pessoa acessível”, relatou.

No ano seguinte, em 1992, Lovera ingressou na casa de formação agostiniana em Trujillo, sob a orientação de Prevost, com quem viveu experiências pastorais por sete anos. “Descobri nele uma calorosa humanidade. Desde então, passou a ser apenas Roberto ou Padre Roberto”, afirmou Lovera.

Raízes musicais e vocação profunda

Prevost tinha uma forte inclinação musical, herdada da mãe, Mildred, contralto proeminente em Chicago, que participou do Festival de Música Chicagoland em 1941 e tocava órgão com devoção. “A música sempre foi uma paixão dele”, destacou Lovera. Quando Prevost foi transferido para Chicago em 1999, a amizade continuou através de trocas de e-mails, valorizando a simplicidade e a dedicação do amigo.

Armando com a esposa e Padre Robert Prevost em Valladolid. Crédito: Cortesia de Armando Lovera
Armando Lovera com sua esposa e Padre Robert Prevost em Valladolid. Crédito: Cortesia de Armando Lovera

Apesar da simplicidade aparente, Lovera destaca a vocação de Prevost para o serviço. “Ele nunca buscou cargos na Igreja. Para mim, é uma pessoa que revela Deus. Sua generosidade, suas capacidades e domínio de idiomas sempre se destacaram”, observou. Com humor, Lovera relembra que preferia que seu amigo tivesse ficado bispo para manter a conexão próxima, mas, em 2021, passou a imaginar sua ascensão ao papado, uma possibilidade que se concretizou em 2025.

O rosto de um líder acessível

O objetivo do livro, explicou Lovera, é mostrar um amigo que oferece sua amizade ao próximo e, através dele, a amizade com Jesus. “Roberto sempre quis as portas da diocese abertas a todos. Nunca agiu como um soberano distante ou burocrata, mas como um irmão, com responsabilidade e sensatez”, afirmou. Para Lovera, o Papa Leo XIV mantém essa essência de acessibilidade, agora guiando a Igreja com graça e autoridade.

A história de amizade, fidelidade e serviço de Prevost agora se revela ao público, fortalecendo sua imagem como um líder amigo e próximo, que conviveu com simplicidade e dedicação durante toda sua jornada.

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