Brasil, 7 de dezembro de 2025
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Vaticano confirma renúncia de bispo francês por conduta inadequada com mulheres

Vaticano esclarece que saída do bispo Jean-Paul Gusching está relacionada a relacionamentos com mulheres, além de questões de saúde

O Vaticano revelou nesta terça-feira (6) que a renúncia do bispo Jean-Paul Gusching, ex-chefe da Diocese de Verdun, na França, foi motivada por relações consideradas inadequadas com mulheres, além de preocupações de saúde inicialmente alegadas. A renúncia foi aceita por Papa Leo XIV em 27 de setembro, após investigação sobre o comportamento do bispo.

Investigações e medidas disciplinares contra Gusching

Na declaração emitida em 4 de novembro, a representação apostólica na França informou ter recebido informações sobre relacionamentos do bispo com mulheres, as quais foram encaminhadas à Congregação para os Bispos em Roma. Apesar de Gusching negar as acusações e de os relatos serem considerados fragmentados e contraditórios, ele comprometeu-se a evitar qualquer comportamento que pudesse ser interpretado como contrário ao seu compromisso sacerdotal. Mesmo assim, a Santa Sé solicitou sua renúncia, que foi acolhida pelo Papa.

Como medida preventiva, o Vaticano ordenou que Gusching viva em uma localidade fora de suas dioceses de origem, Amiens, e de Verdun, proibindo-o de participar de celebrações litúrgicas públicas e atividades pastorais.

Investigação canônica e cooperação com autoridades civis

Foi aberta uma investigação canônica preliminar, liderada pelo bispo emérito de Pontoise, Stanislas Lalanne, auxiliado pelo arcebispo Philippe Ballot, responsável pelo arquidiocese de Metz e administrador apostólico de Verdun. Além disso, a Igreja confirmou que um relatório foi enviado às autoridades civis sobre o caso.

Em uma mensagem dirigida ao clero e aos fiéis de Verdun, o arcebispo Ballot destacou a importância da transparência na investigação. “A obra da verdade é necessária para manter a confiança habitual entre os fiéis de Cristo e aqueles que têm a missão de ser seus pastores”, afirmou.

Contexto e reação da Igreja na França

Gusching, de 70 anos, anunciou sua renúncia no final de setembro, alegando uma “situação preocupante que requer cuidados médicos adequados”. Na ocasião, não mencionou medidas disciplinares. A declaração do Vaticano reforça que a decisão foi tomada pela Santa Sé diante de preocupações sobre o comportamento do bispo.

O caso ocorre em um momento delicado para a Igreja na França, que tem se dedicado a tratar com maior transparência questões relacionadas a abusos sexuais por clérigos, especialmente após a divulgação do relatório de 2021 sobre abuso na Igreja francesa. Como resposta, a Igreja criou o Primeira Corte Criminal Canônica Nacional do mundo, destinada a processos disciplinares.

Gusching admitiu, à revista regional L’Est Républicain, que manteve um relacionamento consensual de sete anos, de 2015 a 2022, com “uma mulher maior de idade”. Apesar de afirmar não se orgulhar das ações e dizer que pediu perdão à Santa Sé, Gusching denunciou o Vaticano por suposta má condução do caso, alegando que “querem sua cabeça” e que há ciúmes contra ele.

As autoridades eclesiásticas continuam conduzindo a investigação canônica, garantindo que não há julgamento antes do encerramento do processo, e que a Igreja preserva o direito ao contraditório e à presunção de inocência.

Para o arcebispo Ballot, “é fundamental que a Igreja aja com transparência para restabelecer a confiança dos fiéis e manter a fidelidade à tradição recebida”.

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