Brasil, 8 de novembro de 2025
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Número de casais sem filhos cresce 85% nos últimos 22 anos

Pela primeira vez, casais com crianças representam menos da metade das famílias brasileiras, revela o Censo Demográfico 2022 do IBGE.

Pela primeira vez na história do Brasil, o número de casais com crianças representa menos da metade do total de famílias no país. Segundo o Censo Demográfico 2022: Nupcialidade e Família, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os casais sem filhos foram o grupo que mais cresceu nas últimas duas décadas, com um aumento impressionante de cerca de 85% entre 2000 e 2022. Esses dados ilustram uma mudança significativa nos padrões familiares no Brasil.

Queda no percentual de casais com filhos

Os dados coletados indicam que a porcentagem de casais com filhos caiu drasticamente de 56,4% em 2000 para 42% em 2022. Esse dado não apenas reflete uma mudança na dinâmica familiar, mas também sugere questões culturais e socioeconômicas que influenciam a decisão de ter filhos. Durante o mesmo período, o número de casais sem filhos cresceu de 13% para 24,1%, evidenciando uma nova tendência no comportamento das famílias brasileiras.

Regiões com maior variação

A região Norte do Brasil continua a ter a maior proporção de famílias formadas por casais com crianças, resultado das taxas de fecundidade que historicamente foram mais altas. Além disso, essa mesma região ainda apresenta uma quantidade maior de famílias estendidas, onde a presença de outros parentes é comum no mesmo domicílio. Por outro lado, no Nordeste, a maternidade solo é mais prevalente, enquanto os casais sem filhos têm maior incidência na região Sul do país. Essas variações regionais ressaltam as diversidades culturais e sociais do Brasil.

Aumento das famílias monoparentais

Os dados também revelam um aumento significativo nas famílias monoparentais. Entre 2000 e 2022, o número de mulheres sem cônjuge com filhos aumentou 16%, passando de 11,6% para 13,5%, o que equivale a cerca de 7,8 milhões de lares. Essa modalidade familiar, a maternidade solo, está presente hoje em aproximadamente 13,6% dos lares brasileiros, indicando uma mudança nas estruturas das famílias e nos papéis de gênero na sociedade.

Crescimento dos pais solo

O número de pais homens sem cônjuge e com filhos também apresentou um aumento, passando de 1,5% para 2% no mesmo período, o que representa 1,2 milhão de famílias. O crescimento registrado foi de 33%, revelando que também os homens estão assumindo papéis mais ativos na criação dos filhos, mesmo em situações de monoparentalidade.

Por que essa mudança é relevante?

Essas mudanças demográficas trazem à tona discussões importantes sobre a estrutura familiar contemporânea no Brasil. O crescimento do número de casais sem filhos pode ser atribuído a diversos fatores, como mudanças nas prioridades pessoais, aumento da participação feminina no mercado de trabalho, maior acesso à contracepção e o desejo por uma melhor qualidade de vida antes da formação de uma família tradicional. Além disso, a aceitação social de diferentes arranjos familiares também parece ter contribuído para essa mudança.

Essas revelações do Censo 2022 instigam um debate sobre o futuro da família brasileira e o que isso significa para políticas públicas voltadas para a família, educação e bem-estar social. Com a nova configuração familiar, o Brasil pode se preparar para atender a um público com necessidades e expectativas diferentes.

O levantamento feito pelo IBGE é uma oportunidade para refletir sobre como as transformações social e cultural que impactam as relações familiares podem moldar o Brasil nas próximas décadas. À medida que continuamos a testemunhar essas mudanças, a adaptação às novas realidades será essencial para garantir que todos os cidadãos sejam adequadamente apoiados.

À luz desses dados, está claro que as dinâmicas familiares estão em evolução e exigem um olhar atento e uma compreensão mais profunda das complexidades da sociedade brasileira.

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