O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, declarou nesta quarta-feira que, no Brasil, o debate sobre a taxa de juros ainda é tratado como um “tabu”. A afirmação foi feita em Brasília, durante entrevista na porta do ministério, em meio à reunião do Comitê de Política Monetária (Copom).
Desafios no debate sobre a taxa de juros
Haddad afirmou que, embora respeite institucionalmente o mandato dos diretores do Banco Central, acredita que a discussão sobre a política de juros não é bem recebida na sociedade. “Aqui no Brasil o debate (sobre a taxa de juros) não é bem recebido, como se fosse um tabu conversar sobre economia”, afirmou.
Ele reiterou que já manifestou sua opinião anteriormente, defendendo a necessidade de revisar a atual política de juros. “Acho que o BC tem o mandato dele, respeito institucionalmente os diretores, e vamos ver como as coisas acontecem”, completou.
Posição sobre a taxa Selic e cenário econômico
Atualmente, a taxa básica de juros (Selic) está em 15%, patamar mantido pelo Copom nesta quarta-feira. A reunião do comitê termina nesta tarde, e o comunicado oficial do Banco Central será divulgado após o fechamento dos mercados.
Na véspera, durante evento da Bloomberg em São Paulo, Haddad voltou a defender a redução dos juros. Segundo ele, se fosse diretor do Banco Central, votaria por uma redução, considerando que o nível atual é incompatível com a inflação projetada.
Impacto da política de juros na economia
Haddad explicou que a diferença entre juros reais e inflação não representa risco de descontrole de preços, mas pode prejudicar o desempenho econômico. “Tenho alergia à inflação e sei o que ela provoca, mas há uma questão de razoabilidade. A dose do remédio, para se transformar em veneno, tem muito pouca diferença”, comparou.
Perspectivas futuras
O ministro reforçou que a decisão sobre a taxa de juros será tomada com base nas análises do Banco Central e nas condições do mercado. A expectativa é que a política monetária continue sendo debatida intensamente perante o cenário de inflação e crescimento econômico.
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