O Comitê de Política Monetária (Copom) anunciou nesta quarta-feira (6) que mantém a taxa básica de juros, a Selic, em 15%, alinhando-se às expectativas do mercado. Ainda assim, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que votaria por uma redução. A discussão reflete o momento de sinais positivos na economia brasileira, que apresenta queda sustentada na inflação e cenário mais favorável ao abrandamento da política monetária.
Razões por trás da decisão de manter a Selic
Segundo o Banco Central, a decisão de manter a Selic em 15% visa garantir que a inflação caminhe em direção ao centro da meta de 3%, com o atual mandato de controlar a variação de preços. A projeção do Boletim Focus indica uma inflação de 3,80% para 2027, embora essa estimativa seja revista semanalmente.
O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, ressaltou a autonomia da instituição na condução da política monetária, mesmo com a manifestação de Haddad de que havia espaço para reduzir os juros. “A independência do Banco Central reforça a credibilidade na busca pela meta inflacionária”, afirmou Galípolo.
Economia em cenário favorável para a redução de juros
Haddad argumenta que a inflação tem surpreendido positivamente, com seis semanas consecutivas de queda, aproximando-se do teto da meta. Além disso, a recente diminuição das taxas de juros nos Estados Unidos amplia o diferencial e cria uma oportunidade para uma eventual redução no Brasil. O ministro também destaca que a alta dos juros americanos aumenta o espaço para uma política de afrouxamento monetário no Brasil.
Apesar do otimismo, o Banco Central permanece cauteloso, aguardando sinais mais consistentes de que a inflação seguirá em trajetória descendente. “O momento de reduzir os juros ainda não chegou, mas estamos em um caminho favorável”, declarou Galípolo.
Perspectivas e próximos passos
De acordo com a previsão do mercado, não há expectativa de mudanças na decisão do Copom nesta reunião. A expectativa geral é que a Selic comece a ser cortada apenas no primeiro trimestre do próximo ano, com alguns analistas apostando até mesmo em março. A economia brasileira permanece sólida, com estabilidade no emprego e queda na inflação, fatores que sustentam a possibilidade de redução futura.
O debate entre os gestores da política monetária, contudo, evidencia a preocupação em equilibrar o controle da inflação com o estímulo ao crescimento econômico. A autonomia do Banco Central reforça sua autonomia para atuar de forma técnica e independente, colocando os fundamentos econômicos acima de considerações políticas.
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