O ex-presidente da Câmara Municipal de Belo Horizonte, Gabriel Azevedo (MDB), foi oficialmente lançado como pré-candidato ao governo de Minas Gerais nesta terça-feira. Durante o evento, Azevedo se apresentou como uma alternativa do centro para a disputa eleitoral que ocorrerá no próximo ano, aproveitando a oportunidade para criticar a gestão do atual governador, Romeu Zema (Novo). A apresentação de Azevedo como pré-candidato também foi apoiada pelo presidente estadual da sigla, deputado federal Newton Cardoso Jr., que afirmou que a candidatura pode ser a chance de aproximar a administração estadual do governo federal, que busca um palanque para Lula em 2026.
Uma nova tentativa após a derrota nas eleições municipais
O lançamento de sua candidatura ocorre um ano depois de Azevedo ter sido derrotado nas eleições para a prefeitura de Belo Horizonte, onde obteve 133,7 mil votos e ficou em quarto lugar. Naquele momento, ele havia anunciado que só retornaria às urnas em 2028. Entretanto, com a aprovação do presidente nacional do MDB, deputado federal Baleia Rossi, Azevedo foi escolhido para dar início à sua nova jornada política em busca do Palácio da Liberdade, um contraponto ao vice-governador Matheus Simões (PSD), indicado por Zema como seu sucessor.
Críticas à gestão atual e a busca pelo equilíbrio
Em seu discurso durante a cerimônia de lançamento, Azevedo fez duras críticas à administração de Zema, especialmente em relação aos projetos de privatização de estatais. Para ele, sua pré-candidatura representa uma alternativa centrada e equilibrada para Minas Gerais. “Precisamos aprender que centro não é Centrão, e equilíbrio não é não ter posição. Essa pré-candidatura existe porque o Brasil precisa voltar a entender o que significa Minas Gerais”, afirmou Azevedo, enfatizando que “o Brasil caminha na direção que Minas aponta, e o equilíbrio está precisando de Minas do mesmo jeito que Minas está precisando do equilíbrio”.
Newton Cardoso Jr. corroborou as críticas feitas por Azevedo. Ele destacou a escassez de investimentos públicos federais relevantes no estado nos últimos anos, mencionando que as únicas concessões significativas foram de rodovias, anunciadas pelo ministro do MDB, Renan Filho (Transportes). “Esse apagão aconteceu por conta do desalinhamento com o governo federal”, afirmou Cardoso, referindo-se à necessidade de uma gestão mineira que se alinhasse mais à federal.
Alianças políticas e especulações eleitorais
O evento de lançamento da candidatura de Azevedo também contou com a presença do presidente da Assembleia Legislativa, Tadeu Martins Leite, que, embora tenha sido considerado como outro nome viável para a representação do MDB, decidiu apoiar Azevedo. As negociações em torno da candidatura do ex-presidente da Câmara Municipal também se estenderam ao PSB e ao Republicanos, vistos como aliados mais próximos de Azevedo.
Enquanto isso, o PT também considera o ex-prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kallil (PDT), como uma potencial figura para o palanque de Lula em Minas. No entanto, a preferência do presidente é por Rodrigo Pacheco (PSD), ex-presidente do Senado, cuja chance foi enfraquecida pela recente adesão de Matheus Simões ao partido.
Além disso, o ex-governador Aécio Neves (PSDB) voltou a ser citado em campanhas e o senador Cleitinho Azevedo (Republicanos) se posiciona como candidato, liderando pesquisas de intenção de voto. Todavia, ele enfrentou tensões com a base bolsonarista recentemente, após declarar em uma entrevista que estava “com a dívida paga” com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Expectativas para a disputa eleitoral
A candidatura de Gabriel Azevedo ao governo de Minas promete agitar o cenário político estadual, em um momento em que as alianças e rivalidades estão cada vez mais evidentes. A expectativa é de que, nos próximos meses, mais candidatos se manifestem e a corrida pelo Palácio da Liberdade se intensifique, com debates acerca de temas centrais como a economia e a aproximação com o governo federal.
Com o apoio do MDB e um discurso centrado na busca por equilíbrio e desenvolvimento, Azevedo poderá conquistar tanto seus aliados quanto uma parcela significativa do eleitorado mineiro em um panorama político recheado de desafios e oportunidades.



