A confiança dos americanos na mídia de massa, incluindo jornais, televisão e rádio, caiu para um novo patamar histórico, com apenas 28% dos entrevistados afirmando ter um “grande” ou “considerável” nível de confiança na capacidade dessas fontes de relatar as notícias de forma completa, precisa e justa. Esse índice representa uma diminuição em relação aos 31% do ano passado e aos 40% de cinco anos atrás.
Níveis de confiança entre partidos políticos
Um estudo recente realizado pela Gallup revelou que agora, sete em cada dez adultos nos Estados Unidos não confiam na mídia, com 36% afirmando ter “pouca” confiança e 34% “nenhuma”. Historicamente, entre as décadas de 1970 e 1990, a confiança na mídia era substancialmente maior, variando entre 68% e 72%. Contudo, essa confiança começou a declinar na década de 2000, atingindo um patamar abaixo de 50% pela primeira vez em 2004. O índice mais alto registrado na última década foi de 45% em 2018, logo após a polarizadora campanha presidencial de 2016.
O mais recente índice de confiança, referente a uma pesquisa realizada entre 2 e 16 de setembro, marca a primeira vez que esse número caiu abaixo de 30%. A pesquisa também indicou que a confiança na mídia atinge níveis alarmantes entre todos os grupos partidários, com diminuições significativas para republicanos, independentes e democratas.
- A confiança dos republicanos, que nunca ultrapassou 21% desde 2015, agora caiu para um baixo histórico de 8%.
- Os independentes demonstram uma confiança que não chega a 50% desde 2003, com o último índice de 27% igualando um mínimo histórico do ano anterior.
- Entre os democratas, 51% dos entrevistados manifestam confiança na mídia, embora isso represente uma repetição de um baixo registrado anteriormente em 2016.
Divisão geracional na confiança da mídia
A análise também mostra uma clara divisão geracional na confiança da mídia, que se acentuou nas últimas décadas. Entre os adultos com 65 anos ou mais, 43% afirmam confiar na mídia, em comparação com apenas 28% em qualquer outro grupo etário mais jovem. Nos anos 2000, as diferentes faixas etárias apresentavam níveis de confiança relativamente semelhantes, superiores a 50%. Desde então, a confiança entre todas as faixas etárias foi gradualmente diminuindo, sendo menos acentuada entre os mais velhos.
Entre os democratas de todas as idades, a confiança na mídia é mais alta em comparação com os republicanos. Dados combinados de 2023 a 2025 mostram que 38% dos democratas entre 18 e 29 anos e 42% dos de 30 a 49 anos expressam confiança na mídia. Para democratas com idades entre 50 e 64 anos, esse número sobe para 59%, e chega a 69% entre os com 65 anos ou mais.
Os independentes, embora relatem menos confiança na mídia do que os democratas, ainda mostram números significativamente mais altos do que os republicanos. Entre os independentes, os idosos são os mais propensos a afirmar ter confiança na mídia, enquanto a confiança entre os republicanos varia muito pouco por idade, indo de apenas 6% a 17%.
Perspectivas futuras e desafios para a mídia
A confiança na mídia de massa alcançou níveis historicamente baixos, com menos de três em cada dez americanos agora declarando confiança em jornais, televisão e rádio para relatar as notícias de forma plena, justa e precisa. Essa diminuição é evidente em todos os principais grupos partidários, com a confiança dos republicanos agora em dígitos únicos, enquanto os independentes permanecem amplamente céticos. Os democratas, que tradicionalmente têm expressado uma visão mais positiva da mídia, agora representam apenas uma ligeira maioria.
As divisões geracionais também evidenciam essa erosão, com os adultos mais velhos tendo significativamente mais fé na mídia do que os americanos mais jovens. Considerando a relativa baixa confiança dos jovens democratas na mídia, a desconfiança geral poderá diminuir ainda mais no futuro, a menos que a confiança dos republicanos reforce.
Com a confiança fragmentada ao longo de linhas partidárias e geracionais, o desafio para as organizações de notícias não é apenas entregar reportagens justas e precisas, mas também recuperar a credibilidade em um público cada vez mais polarizado e cético.
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