Nos últimos meses, mais de 20 pesquisadores renomados trocaram empregos em empresas como Meta, OpenAI e Google DeepMind para ingressar na startup Periodic Labs, no Vale do Silício. A iniciativa busca desenvolver inteligência artificial voltada a acelerar descobertas em física, química e outras áreas científicas, diferenciando-se dos grandes laboratórios que perseguem metas como superinteligência.
De gigantes da IA a startup inovadora
Entre os profissionais que mudaram de ares está Rishabh Agarwal, que foi convidado pelo CEO da Meta, Mark Zuckerberg, a integrar um novo laboratório de IA da empresa, com foco na construção de uma “superinteligência”. Embora Agarwal fosse funcionário da Meta, ele optou por não aceitar a oferta milionária e partiu para a Periodic Labs, uma startup criada por ex-pesquisadores dessas gigantes da tecnologia, como Liam Fedus e Ekin Dogus Cubuk.
Fedus, um dos fundadores, fez parte da equipe responsável pelo desenvolvimento do ChatGPT, em 2022. Ele saiu da OpenAI em março para cofundar a Periodic Labs, que já garantiu mais de US$ 300 milhões em financiamento de investidores como a a16z, fundo de capital de risco. A startup tem como objetivo criar uma inteligência artificial capaz de aprender com experimentos físicos no mundo real, além de analisar grandes volumes de dados científicos.
Foco na ciência e inovação
A proposta da Periodic Labs difere das metas tradicionais da IA, que buscam, por exemplo, alcançar a inteligência artificial geral (AGI) ou a superinteligência. Segundo Fedus, a tecnologia deve acelerar a ciência, ajudando a conduzir experimentos físicos em escala massiva por robôs especializados, além de interpretar e gerar novos conhecimentos.
Ao falar sobre o diferencial do projeto, Fedus afirmou: “O principal objetivo da IA não é automatizar o trabalho de escritório, mas acelerar a ciência”. A equipe planeja estabelecer um centro de pesquisa em Menlo Park, Califórnia, onde robôs físicos realizarão experimentos científicos, combinando aprendizado de máquina com experimentos práticos.
Perspectivas e impacto
A iniciativa busca transformar a forma como descobertas científicas acontecem, permitindo que a IA conduza experimentos de forma autônoma e eficiente. Isso pode acelerar avanços em áreas como novos materiais, medicamentos e fontes de energia, além de diminuir o tempo necessário para alcançar novas descobertas.
Especialistas avaliam a estratégia como uma mudança de paradigma no setor, que tende a unir inovação tecnológica com pesquisa científica de ponta. A expectativa é que, com o investimento e talento acumulados, a Periodic Labs se torne uma referência global na integração entre inteligência artificial e ciência experimental.
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