O Brasil precisava vencer apenas um set contra a Sérvia, na noite desta quarta-feira, para garantir a classificação às oitavas de final do Campeonato Mundial de Vôlei Masculino. No entanto, o time foi dominado durante toda a partida e perdeu por 3 a 0 (25/22, 25/20 e 25/22), em pouco mais de 1h30 de jogo nas Filipinas. Com esse resultado, a seleção brasileira ficou fora da lista dos 16 melhores times da competição, marcando a pior posição de sua história, superando o 11º lugar de 1956, que era o pior até então.
Uma sequência de pódios quebrada
A derrota não apenas frustrou as expectativas da equipe, mas também quebrou uma sequência de pódios que data das últimas seis edições do torneio, nas quais o Brasil foi medalhista. O país é tricampeão mundial, tendo conquistado os títulos em 2002, 2006 e 2010. A última medalha, um bronze, foi obtida em 2022. Além disso, a seleção brasileira possui três medalhas de prata (1982, 2014 e 2018), tornando a eliminação atual ainda mais dolorosa para os torcedores.
Expectativas frustradas com a eliminação
Após o resultado contra a Sérvia, ainda havia uma chance matemática de classificação. O Brasil precisava torcer pela vitória da China contra a República Tcheca na manhã desta quinta-feira, mas a República Tcheca venceu a China por 3 a 0 (26/24, 25/19 e 25/18), levando os chineses a não conseguirem vencer nenhuma partida no Mundial.
Assim, sérvios e tchecos avançaram na competição, e o Brasil terminou em terceiro no Grupo H, sendo eliminado. A decisão da classificação se deu no saldo de sets, já que todas as três seleções tiveram o mesmo número de pontos e vitórias.
Desempenho superior da Sérvia
O desempenho da Sérvia na partida contra o Brasil foi predominantemente superior, com mais pontos em ataques (43 a 40), bloqueios (10 a 6) e aces (4 a 2). Além disso, a equipe brasileira cometeu 18 erros, resultando em 18 pontos dados aos sérvios.
Lucarelli, um dos principais jogadores da seleção brasileira, expressou a frustração da equipe: “Nós não conseguíamos saber o que fazer para parar os sérvios.” Sua insatisfação refletiu a dificuldade que o time encontrou durante toda a partida.
A dor da perda e o luto na equipe
Adicionando uma camada de tristeza à situação, a seleção brasileira jogou em um momento de luto pela morte de Maria de Rezende, mãe do respeitado técnico Bernardinho. Ele estava visivelmente abalado e emocionou-se durante a partida, refletindo o peso que a derrota trouxe não apenas em termos de desempenho esportivo, mas também no âmbito pessoal.
Com uma vaga ao mata-mata que parecia assegurada em um grupo com adversários não considerados os mais fortes do torneio, o Brasil perdeu uma grande oportunidade de mais uma vez subir ao pódio. Caso passasse, teria que enfrentar os favoritos nas semifinais.
Foco na renovação para o futuro
Bernardinho já afirmou que continuará com o trabalho de renovação do time, um processo intensificado neste primeiro ano do ciclo olímpico até Los Angeles-2028. O grupo é jovem e conta com pouco mais de um ano de experiência internacional, com oito jogadores dos 14 que estiveram no Mundial estreando nesta competição.
Embora novos nomes tenham chegado à equipe principal, a seleção garantiu o bronze na Liga das Nações de Vôlei 2025, uma conquista importante após quatro temporadas sem medalhas. A situação do Brasil também é complicada pela falta de titulares definidos na posição de ponta, com performances irregulares entre os cinco atletas. Contudo, a boa notícia foi o desempenho de Arthur Bento, que se destacou.
Outras surpresas no torneio
O Brasil não foi a única surpresa negativa do Mundial, que se encerra no domingo. A França, bicampeã olímpica, também foi eliminada após perder para a Argentina por 3 a 2 (28/26, 25/23, 21/25, 20/25 e 15/12). No Grupo C, argentinos e finlandeses se classificaram, enquanto times tradicionalmente fortes, como Japão, Cuba, Alemanha e outros, também foram eliminados.
A eliminação precoce de seleções fortes levanta interrogações sobre a competitividade do torneio e o futuro do vôlei masculino mundial. O cenário atual apresenta uma mistura de jovens promissores e obstáculos improvidos que os países precisam superar para voltar ao topo.