A Alphabet, controladora do Google, não precisará vender seu popular navegador Chrome, decidiu nesta terça-feira um juiz federal americano no caso antitruste mais importante do setor de tecnologia nas últimas décadas. A decisão permite que o Google evite a obrigação de vender partes do seu negócio, embora mantenha algumas restrições importantes.
Decisão evita venda do Chrome, mas restringe contratos exclusivos
O juiz Amit Mehta determinou que o Google não poderá assinar contratos exclusivos para que seu buscador seja o padrão nos dispositivos dos fabricantes, como smartphones e computadores. No entanto, a empresa continuará podendo fazer pagamentos a terceiros para garantir a preferência de seu navegador na preferência dos usuários.
Segundo a sentença, o Google deverá compartilhar seus resultados de busca e parte dos seus dados com rivais qualificados, mas não será forçado a se desfazer de unidades de negócios específicas. O juiz destacou que “cortar os pagamentos do Google quase certamente causará danos significativos” a parceiros e mercados relacionados.
Implicações e próximos passos do caso
Apesar da decisão histórica, o Google já declarou que recorrerá da sentença, e o caso pode arrastar-se por anos nos tribunais americanos. O julgamento, considerado o mais relevante contra uma big tech desde o processo contra a Microsoft há mais de 20 anos, pode servir de referência para futuros processos contra empresas como Meta, Amazon e Apple.
O juiz também manteve a possibilidade do Google de pagar por contratos de preferência, o que foi visto como uma vitória para a gigante de tecnologia. Ainda assim, a decisão reforça a tendência de maior fiscalização sobre o poder das grandes empresas de tecnologia nos Estados Unidos.
Contexto e impacto no setor de tecnologia
A decisão faz parte de uma série de ações do Departamento de Justiça americano que buscava limitar o monopólio do Google no mercado de buscas online e de anúncios. Em julgamento anterior, Mehta já havia considerado o Google como ilegalmente dominante nesses mercados.
Especialistas avaliam que a medida será um marco na regulamentação das big techs, equilibrando a competição sem prejudicar a inovação. A expectativa é que as empresas rivais possam obter maior acesso a dados e resultados de buscas, promovendo uma concorrência mais acirrada.
Para quem acompanha o setor, a decisão representa uma mudança significativa na relação entre reguladores e empresas de tecnologia, e deve moldar a legislação antitruste nos próximos anos. A sentença vem em um momento de forte discussão sobre o poder de empresas como Google, Meta, Amazon e Apple.
Mais detalhes sobre o caso podem ser conferidos no [link oficial](https://oglobo.globo.com/economia/tecnologia/noticia/2025/09/02/google-escapa-de-vender-chrome-mas-tera-de-compartilhar-buscas-com-rivais-decide-justica-dos-eua.ghtml).