Brasil, 7 de agosto de 2025
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Bispo Brennan critica deportações em massa nos EUA e pede distinção entre criminosos e imigrantes

Bispo de Wheeling-Charleston afirma que operações massivas impactam injustamente pessoas honradas e chama por políticas mais humanas.

O bispo Mark Brennan, da diocese de Wheeling-Charleston, West Virginia, criticou as deportações em massa realizadas pelo governo dos Estados Unidos, apontando que a política de expulsar “o maior número possível de imigrantes” sem fazer distinções injustifica-se perante os princípios cristãos e direitos humanos. As declarações foram feitas em uma recente comunicação dirigida aos católicos da diocese.

Críticas à política de deportação e apelo por distinções

Em sua mensagem, Brennan afirmou que muitos fiéis se mostraram desconfortáveis com a postura do governo, que visa expulsar criminosos, mas acaba afastando indivíduos que vivem de forma pacífica e contribuem para a sociedade. “Alguns me disseram que apoiariam um candidato presidencial que restaurasse a ordem na fronteira sul e eliminasse traficantes e criminosos, mas não esperavam esse ataque total aos imigrantes que trabalham, criam seus filhos e vivem tranquilamente”, explicou o bispo.

Ele ressaltou que a entrada nos EUA, sem autorização oficial, constitui uma contravenção de menor gravidade — uma contravenção, como o vandalismo ou consumo de álcool em espaços públicos — e não um crime grave. Assim, Brennan pediu que as autoridades priorizem a deportação de indivíduos que representam risco real à segurança pública, ao invés de perseguir pessoas honradas.

Alinhamento com lideranças católicas e princípios cristãos

As posições de Brennan acompanham declarações de outros líderes católicos, como o arcebispo de Los Angeles, José Gómez, que recentemente afirmou que “uma grande nação pode se dedicar a avaliar cada caso de forma individualizada e justa”.

“Na nossa caminhada eterna, o Senhor espera que ajudemos uns aos outros”, destacou Brennan, citando o mandamento bíblico de amar ao próximo. Ele incentivou a comunidade a defender políticas menos cruéis e a denunciar discursos que rotulem imigrantes indocumentados como criminosos uniformemente.

Chamado à oração e responsabilidade moral

O bispo pediu que fiéis peçam a Deus por corações mais compassivos e por líderes capazes de implementar políticas humanas. “Devemos orar fervorosamente para que Deus toque as mentes e corações de nossos governantes, para que ajam com sensatez e respeito à dignidade de todas as pessoas”.

Ele também destacou que, embora os agentes de aplicação da lei tenham o dever de cumprir a legislação, eles devem assumir responsabilidade pessoal por suas ações, especialmente quando forem injustas. Brennan lembrou do julgamento dos criminosos nazistas após a Segunda Guerra Mundial, reforçando que “não há justificativa moral para excessos e violações dos direitos humanos”.

Compromisso com a humanidade e princípios cristãos

O bispo afirmou que a Igreja não defenderia a preservação da própria vida acima de princípios éticos e cristãos sólidos. “Algumas ações valem a pena serem questionadas moralmente, e estamos chamados a defender a dignidade de todos, independentemente do status legal”.

Por isso, Brennan encorajou os fiéis a reiterar o valor da humanidade dos imigrantes, apoiando uma gestão mais justa e compassiva. “Nossa missão é promover o respeito à dignidade de cada pessoa, refletindo o amor de Deus por todos”.

Ele concluiu destacando que, acima do cumprimento legal, a responsabilidade moral individual é fundamental: “O julgamento final cabe a Deus, mas, enquanto aqui estamos, devemos agir com misericórdia e justiça”.

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