Ao longo da história do cinema, diversas obras foram banidas por motivos que vão desde questões religiosas até provocações políticas ou culturais. Alguns dos filmes mais famosos tiveram suas exibições vetadas por motivos considerados, muitas vezes, insólitos ou controversos em diferentes países.
Snow White (2025): Banimento por origem da atriz
O filme Snow White, de 2025, foi proibido no Líbano devido à presença da atriz israelense Gal Gadot, citando a legislação de boicote a Israel no país. Apesar de rumores de veto em Kuwait, essa informação foi desmentida, reforçando que o motivo foi a origem da atriz. Segundo fontes, o país mantém uma lista de atores israelenses não autorizados para exibição.
Queer (2024): Banido por conteúdo provocativo na Turquia
O filme Queer, dirigido por Luca Guadagnino e estrelado por Daniel Craig, foi censurado na Turquia por seu conteúdo “provocativo”, incluindo cenas de nudidade masculina frontal. O diretor questionou a justificativa, alegando que o governo estaria indicando uma tentativa de criar desordem social ao simplesmente enfrentar temas LGBTQ+ na tela.
Monty Python’s Life of Brian (1979): Controvérsia religiosa
Clássico da comédia, A Vida de Brian foi banido em várias cidades nos EUA por tratar de temas considerados blasfemos por críticas à religião. Irlanda manteve o veto até 1987 e Noruega o proibiu por um ano, até 1980. Em Suécia, o filme ficou conhecido por uma propaganda que dizia: “o filme tão divertido que foi banido na Noruega”.
Spider-Man: Across the Spider-Verse (2023): Banido por símbolo LGBTQ+
O longa de 2023 foi proibido nos Emirados Árabes, Egito e Líbano por mostrar uma breve frame com a bandeira trans, acompanhada da frase “proteja as crianças trans”. As rígidas normas de filmes nessas regiões levam em conta valores culturais e religiosos que muitas vezes restringem qualquer representação LGBTQ+.
Barbie (2023): Banimento por mapa controverso
O filme Barbie foi vetado no Vietnã ao exibir um mapa com a “linha de nove traços”, uma divisão territorial chinesa na região do Mar do Sul da China. Países que discordam da reivindicação, como Vietnã e Filipinas, frequentemente proíbem filmes que representam essa disputa territorial.
The Texas Chain Saw Massacre (1974): Violência extrema e censura na Europa
O clássico de horror foi banido na Finlândia até 1996 devido ao excesso de violência gráfica. No Reino Unido, chegou a ser exibido por um ano, mas foi proibido posteriormente, e até hoje, a palavra “chainsaw” foi utilizada como termo proibido em títulos durante o período.
Lightyear (2022): Censura por cena LGBTQ+
O filme da Pixar teve cenas de beijo entre personagens do mesmo sexo censuradas em países como Arábia Saudita, Indonésia e Egito. Em alguns lugares, a cena foi substituída por versões editadas, enquanto na Rússia, a personagem foi apresentada com outro gênero para evitar polêmicas.
Eternals (2021): Representação LGBTQ+ proibida em países árabes
O filme da Marvel foi banido na Arábia Saudita, Kuwait e Qatar devido à presença do personagem gay, Phastos. Autoridades nesses países, que têm uma postura conservadora religiosa, consideraram a cena como blasfema e imprópria para o público local.
Fifty Shades of Grey (2015): Banido por conteúdo sexual
O filme foi proibido em países como Quênia, Papua Nova Guiné, Zimbábue e Emirados Árabes por retratar cenas de forte sexualidade. Na tentativa de censura, os estúdios tiveram que cortar aproximadamente 35 minutos do filme para uma versão mais restritiva em alguns mercados.
Borat (2006): Ofensa às sensibilidades nacionais e religiosas
Baixado na Rússia por ser considerado ofensivo às sensibilidades religiosas ou nacionais, o filme de Sacha Baron Cohen também enfrentou veto em outros países por seu conteúdo provocador e sátira social, considerado ofensivo por diversos grupos.
O Código Da Vinci (2006): Controvérsia religiosa
Banido em vários países árabes e africanos, incluindo Egito e Jordânia, por supostamente divulgar conteúdo blasfemo, o filme questionava personagens históricos religiosos, o que gerou forte resistência de setores religiosos conservadores.
Wonder Woman (2017): Banido por declarações da atriz
Em Tunísia, a animação foi proibida após a atriz Gal Gadot fazer comentários apoiando Israel na crise de Gaza. Também foi vetado no Líbano devido às leis de boicote a Israel, reforçando os embargos por motivos políticos e diplomáticos.
Xuxa e outros: Casos variados de censura
Filmes como The Human Centipede 2 (2011) tiveram uma classificação “recusada” na Austrália por exibirem violência extrema, enquanto Onward (2020) foi censurado em países do Oriente Médio por incluir personagem gay. Diversas produções sofrem restrições em função de temas considerados sensíveis em diferentes culturas.
Reflexão final: Diversidade de razões para a censura
Desde motivos religiosos, políticos até questões culturais, as razões para a proibição de filmes ao redor do mundo continuam variadas e, muitas vezes, surpreendentes. Essas censuras refletem o difícil equilíbrio entre liberdade artística e valores sociais diversificados globalmente.


