Na manhã do dia 19 de julho, a Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro lançou oficialmente seu Jubileu Arquidiocesano, memorial dos 450 anos da criação da Prelazia do Rio de Janeiro, ação ocorrida uma década após a fundação da cidade. A celebração, repleta de simbolismo e fé, contou com a presença do Cardeal Orani João Tempesta, arcebispo metropolitano, e reuniu bispos, sacerdotes, diáconos, religiosos e milhares de fiéis em um evento que reviveu a importância histórica e evangelizadora da instituição.
Um dia de celebração e peregrinação
A festividade teve início com a Liturgia das Horas na Igreja de Nossa Senhora de Bonsucesso, onde, após uma peregrinação que conduziu os participantes até a Catedral de São Sebastião, teve início a Santa Missa. A caminhada, marcada pela presença fervorosa de leigos com bandeiras representando seus vicariatos, simbolizou o Jubileu dos Leigos e dos Missionários Digitais, refletindo a vitalidade da Igreja no contexto atual.
Durante a missa, Dom Orani ressaltou a relevância daquele momento: “O Evangelho foi semeado em nossa cidade do Rio de Janeiro para que Jesus Cristo se fizesse presente no coração de cada pessoa. A semeadura foi generosa e uma abundância de frutos foi colhida.” Este apelo à evangelização e ao testemunho cristão encontrou eco na catedral, que abrigou a histórica imagem de São Sebastião, trazida por Estácio de Sá ao fundar a cidade.
Unidade e missionariedade no Jubileu
Na homilia, o arcebispo mencionou os desafios enfrentados pela Igreja nos dias de hoje e a necessidade premente de permanecer unido na diversidade como um dos pilares do jubileu. Ele convidou todos a vivenciarem a missão com comprometimento, em um mundo marcado por mudanças rápidas e desafios tecnológicos. Dom Orani salientou que “a unidade não significa uniformidade, mas a convivência harmoniosa entre as diferenças, sempre com o olhar voltado para a missão”.
A adaptação às novas realidades, como a digitalização e a inteligência artificial, exigem uma “fidelidade criativa”, como mencionado pelo cardeal. Segundo ele, é fundamental que a Igreja se encontre adaptada aos tempos modernos, sem perder sua essência e mensagem. Ao questionar a importância da comunhão espiritual, Dom Orani reforçou a missão de todos os fiéis de marcharem juntos na evangelização e catequese.
Hino e Carta Pastoral
Durante a celebração, o Coral Arquidiocesano apresentou a canção oficial do Jubileu Arquidiocesano, “450 anos de graça e missão”, que acompanhará as festividades ao longo do ano. Ao término da missa, a Carta Pastoral “Jubileu Arquidiocesano – Um tempo para celebrar e evangelizar” foi promulgada, reafirmando o compromisso missionário da Arquidiocese em comemoração aos 450 anos da Prelazia e aos 350 anos da sua elevação a diocese.
A data de 19 de julho, portanto, não é apenas um marco histórico, mas um convite à renovação da fé e do compromisso evangelizador de todos os católicos no Brasil. A ordem do Papa Gregório XIII, que criou a Prelazia, sinaliza um contínuo processo de evangelização em um país em formação. O arcebispo enfatizou seu papel como guia e pastor da Igreja na busca pela unidade e pela missão, propondo aos fiéis um tempo de ação e reflexão.
Memória e história da Prelazia
Um dos momentos significativos da celebração foi a leitura da Bula “In supereminenti militantis Ecclesiae”, que relembra a criação da Prelazia. O padre Eraldo Leão Filho apresentou uma síntese do documento, ressaltando a importância histórica do evento, que trouxe ao Rio de Janeiro uma estrutura eclesiástica diferenciada, visando um melhor atendimento espiritual à população.
Exposição sobre o Congresso Eucarístico de 1955
Encerrando a manhã de festividades, o Museu Arquidiocesano de Arte Sacra inaugurou uma exposição comemorativa dos 70 anos do 36º Congresso Eucarístico Internacional, realizado no Rio de Janeiro em 1955. A mostra busca resgatar a memória desse importantíssimo evento, com documentos e objetos que relatam sua importância na história da Igreja no Brasil.
Reflexão final
A celebração do jubileu representa um tempo de renovação e esperança para a Arquidiocese do Rio de Janeiro, impulsionando uma missão comum. O tema do Jubileu é “No Cristo, somos um para que todos sejam um!”, um chamado à unidade e à evangelização, enfatizando a importância de cada fiel. O arcebispo conclui com um apelo à oração e à participação ativa nas atividades pastorais, convidando todos a engrossar as fileiras da Igreja em uma evangelização audaciosa.
Com esse chamado revitalizador, a Arquidiocese se prepara para festejar um ano jubilar que, sem dúvida, ecoará na vida de muitos, reafirmando a fé e o compromisso com o Evangelho e o próximo.
