Brasil, 20 de julho de 2025
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Visas de juízes do STF são revogadas em apoio a Bolsonaro

A revogação de vistos por parte dos EUA a juízes brasileiros gera polêmica e reações variadas no Brasil.

Recentemente, o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, decidiu revogar os vistos de oito dos 11 juízes do Supremo Tribunal Federal (STF) do Brasil. Esta medida ocorre em meio a uma crescente pressão do governo americano para proteger o ex-presidente Jair Bolsonaro, que enfrenta acusações graves relacionadas a uma tentativa de golpe militar para se manter no poder após a derrota nas eleições de 2022.

Situação de Jair Bolsonaro e sua defesa

Bolsonaro, uma figura populista da direita que mantém laços com o movimento MAGA de Donald Trump, está sob julgamento por supostamente ter arquitetado um plano mortífero para conquistar poder após perder a eleição para Luiz Inácio Lula da Silva. Com a expectativa de ser condenado pelo STF nos próximos dias, Bolsonaro pode enfrentar uma pena de até 43 anos de prisão.

À medida que se aproxima o dia do julgamento, as tensões entre os EUA e o Brasil aumentam. No dia 9 de julho, o presidente dos EUA anunciou a imposição de tarifas de 50% sobre todas as importações brasileiras a partir de 1º de agosto, em parte devido à suposta perseguição a seu aliado, Bolsonaro. Essa medida gerou uma onda de indignação nacionalista no Brasil, onde Lula a classificou como “um chantagem inaceitável”.

Reações à revogação dos vistos

Após a polícia federal brasileira realizar uma operação na casa de Bolsonaro, incluindo a instalação de uma tornozeleira eletrônica, Rubio anunciou a revogação dos vistos, incluindo do juiz Alexandre de Moraes, que lidera a investigação sobre o ex-presidente. A medida visa não apenas Moraes, mas também seus aliados no STF, que foram identificados como Luís Roberto Barroso, José Antonio Dias Toffoli, Cristiano Zanin, Flávio Dino, Cármen Lúcia, Luiz Edson Fachin e Gilmar Mendes.

Os juízes André Mendonça e Kassio Nunes Marques, que foram indicados durante a presidência de Bolsonaro, não foram sancionados. A decisão de Rubio recebeu condenação de Lula, que a descreveu como “uma medida arbitrária e totalmente sem fundamento”. O presidente enfatizou que a interferência no sistema judiciário de outro país é inaceitável e infringe os princípios básicos de soberania nacional.

A reação do povo e a defesa da soberania nacional

A intervenção dos EUA causou indignação em muitos brasileiros que desejam ver Bolsonaro responsabilizado por sua suposta tentativa de golpe, culminada nos disturbios de 8 de janeiro em Brasília. Gleisi Hoffmann, ministra das Relações Institucionais de Lula, chamou as ações de “retaliação agressiva” e uma afronta ao judiciário brasileiro.

Inclusive vozes influentes do lado direito do espectro político criticaram a tentativa dos EUA de interferir em um dos sistemas democráticos mais populosos do mundo. O jornal conservador Estado de São Paulo descreveu a atitude de Trump como “uma interferência inaceitável nos assuntos internos do Brasil”, afetando as relações diplomáticas entre os dois países.

Como a política americana afeta a imagem de Lula

Embora os Bolsonaros tenham elogiado as ações de Trump, parece que a imposição de tarifas gerou um efeito colateral indesejado. Lula tem se posicionado como um defensor dos interesses nacionais, conseguindo um aumento nas pesquisas de opinião desde o início da guerra comercial, que afetará especialmente produtores de café e pecuaristas em regiões que tradicionalmente apoiaram Bolsonaro, como São Paulo.

Celso Rocha de Barros, um colunista político, comentou que os Bolsonaros podem ter sido surpreendidos pela magnitude do ataque de Trump, que superou as expectativas de Bolsonaro de receber algum tipo de penalidade leve que ele pudesse usar como justificativa para sua situação.

A resposta de Flávio Bolsonaro, um dos filhos do ex-presidente, revelando a necessidade de Trump suspender as tarifas e substituí-las por sanções individuais, foi posteriormente removida. Essa situação lança luz sobre a complexa relação entre o Brasil e os EUA, onde a política interna e as estratégias de influência se entrelaçam em um cenário cada vez mais tenso.

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