O Papa Leo XIV, neste domingo (20), rezou pelos mortos e feridos no ataque à única igreja católica de Gaza, condenando a “barbárie da guerra” e renovando seu apelo por um cessar-fogo imediato na região. A celebração foi feita na residência papal em Castel Gandolfo, na Itália, onde o pontífice dirigiu sua oração do Angelus.
Papa condena ataque na igreja de Gaza e pede paz
Durante seu pronunciamento, Leo XIV mencionou especificamente as vítimas do bombardeio ocorrido na última quinta-feira (17), na Igreja da Sagrada Família, que atualmente serve como abrigo para mais de 600 pessoas, incluindo cristãos, ortodoxos e muçulmanos. “Expresso minha profunda tristeza pelo ataque que matou três cristãos e feriu gravemente outros”, declarou o papa, nomeando as vítimas — Saad Issa Kostandi Salameh, Foumia Issa Latif Ayyad e Najwa Ibrahim Latif Abu Daoud — e demonstrando solidariedade às suas famílias e aos fiéis da paróquia.
O ataque, que também deixou nove feridos, ocorreu enquanto a igreja funcionava como refúgio, após semanas de conflito na faixa de Gaza, iniciado em outubro de 2023. Segundo informações da Caritas Jerusalém, duas vítimas estavam fora do edifício principal no momento da explosão, sendo Salameh, 60 anos, ao lado do prédio, e Ayyad, 84 anos, dentro de uma tenda de apoio psicológico, quando foram atingidos por fragmentos de bombas e destroços. Ambos morreram posteriormente no hospital devido à escassez de recursos médicos na região.
Responsabilidade e apelos diplomáticos
A Defesa de Israel admitiu responsabilidade pelo incidente, afirmando que os fragmentos de um projétil disparado durante operações militares na área atingiram a igreja por engano. A enérgica condenação do Papa veio junto de uma ligação telefônica com o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, na qual pediu a retomada urgente das negociações de paz. Ele também enviou um telegrama assinado pelo secretário de Estado do Vaticano, Cardeal Pietro Parolin, reforçando seu apelo pelo fim dos ataques e o respeito às leis humanitárias internacionais.
O pontífice destacou a necessidade de proteger civis, locais de culto e infraestrutura civil, e pediu a observância das obrigatoriedades do direito humanitário, como a proibição do uso indiscriminado de força e do deslocamento forçado de pessoas. “A guerra traz mortes indiscriminadas e sofre o impacto mais cruel na população vulnerável, especialmente crianças, idosos e doentes”, afirmou o papa.
Reações e iniciativas internacionais
Na mesma sexta-feira, líderes religiosos católicos e ortodoxos visitaram Gaza para expressar solidariedade e oferecer apoio espiritual às vítimas. O Papa também participou de uma missa na Catedral de Albano, próxima a Castel Gandolfo, além de liderar o Angelus desde sua residência de verão, marcando a segunda vez nesta temporada. Em sua mensagem, o pontífice encorajou a comunidade cristã da região, destacando sua condição de testemunhas na esperança de uma convivência pacífica.
Segundo fontes da Santa Sé, Leo XIV continuará acompanhando a situação de perto e deve retornar ao Vaticano na próxima terça-feira. Sua postura de oração e diplomacia reforça a necessidade de uma solução diplomática e humanitária para o conflito que tem causado sofrimento na população de Gaza.
Para saber mais, a fonte oficial do Vaticano publicou o palavras do Papa na íntegra, e organizações internacionais como a Caritas Jerusalém continuam atuando na assistência humanitária na região.