Brasil, 20 de julho de 2025
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O retorno do bronzeado: uma nova era na cultura americana

O bronzeado está de volta à cultura americana, desafiando alertas de saúde e redefinindo ideais de beleza.

A década de 2000 foi marcada por uma busca intensa pelo bronzeado perfeito, com as praias e os estúdios de bronzeamento se tornando locais de encontro. No entanto, o apelo do bronzeado diminuiu nos anos seguintes, em grande parte devido à crescente conscientização sobre os riscos à saúde associados à exposição solar. Hoje, contudo, o bronzeado está novamente em alta, emergindo de um contexto que não se limita apenas à estética, mas que também envolve uma nova ideologia.

Um ressurgimento surpreendente

Recentemente, figuras públicas, incluindo o presidente dos EUA e outros líderes políticos, foram associados a um tom de pele mais bronzeado. Enquanto a estética dourada da era das celebridades e das festas nas praias da costa leste parece ter retornado, surgem preocupações sobre a influência de celebridades nesse fenômeno. Por exemplo, vários jovens que apoiam a política conservadora têm promovido festas que celebram a busca por esse bronzeado, exacerbando a cultura do “gym, tan, laundry” (academia, bronzeado, lavanderia).

Um dos personagens notáveis desse movimento é Robert F. Kennedy Jr., que, como secretário de saúde, foi visto em um estúdio de bronzeamento, levantando questões sobre a posição da saúde pública em relação ao bronzeamento. A mensagem que se espalha vai muito além do simples desejo estético: ela reflete uma rejeição da postura tradicional de saúde pública que desencoraja a exposição ao sol, segundo a qual a batalha contra doenças crônicas, como o câncer, deve ser uma prioridade.

O dilema da saúde e a cultura do bronzeado

As autoridades de saúde nas administrações anteriores, como a de Obama, adotaram uma postura rigorosa contra os bronzeadores, enquanto a administração atual introduziu novas diretrizes que enfatizam a importância do uso de protetor solar e a diminuição da exposição ao sol. Contudo, a nova abordagem promovida por Kennedy e seus aliados parece desconsiderar esses alertas, alavancando uma narrativa que busca resgatar a conexão do ser humano com a natureza e, de certa forma, promover a exposição ao sol como um elemento curativo.

Conceitos alternativos e a busca pelo sol

Influenciadores e defensores da saúde alternativa têm se manifestado contra as precauções tradicionais relacionadas ao sol. Alguns promovem o conceito de que o corpo humano é naturalmente feito para a exposição ao sol, ignorando a vasta quantidade de evidências científicas que mostram os perigos da exposição excessiva, como o câncer de pele. A ideia de que o bronzeado pode aumentar a produção de vitamina D e serotonina foi transformada em um mantra que apela a muitos jovens, que buscam rituais que contrariam as recomendações das autoridades de saúde.

Essas ideias frequentemente são disseminadas nas redes sociais, onde a busca por um bronzeado perfeito é celebrada, não importando as consequências. Isso ressoa especialmente entre a Geração Z, que se mostra descoberta sobre os riscos associados, como o fato de que um “bronzeado base” não oferece proteção contra queimaduras e que a utilização de protetor solar é, de fato, fundamental.

A beleza do bronze: um símbolo de rebeldia

O bronzeado, além de um ideal estético, tem se tornado um símbolo de rebeldia, uma afirmação contra as orientações de saúde e a experiência em vigor nos últimos anos. Profissionais de saúde alertam que, apesar das melhorias no tratamento do câncer de pele, a doença ainda pode ser fatal. O apelo do bronzeado vai além das questões estéticas contemporâneas, envolvendo uma narrativa de controle e dúvida sobre as informações que são apresentadas ao público.

A popularidade crescente do bronzeado, e sua celebração em várias esferas da cultura pop, pode levar a uma nova aceitação dessa prática, ainda que à custa da saúde. Como observado por dermatologistas, o aumento na procura por produtos para auto-bronzeamento reflete uma sedução pelo estilo de vida que nega o conhecimento científico sobre os riscos. Assim, a busca pelo bronzeado se insere em uma narrativa que questiona a autoridade das instituições, ressaltando o desejo da população por um retorno ao que é considerado “natural”.

Conforme a cultura do bronzeado ganha impulso novamente, é vital que as conversas sobre os riscos e as precauções sejam reintroduzidas, garantindo que as escolhas individuais não estejam baseadas apenas na estética, mas também na saúde e no bem-estar a longo prazo.

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