Brasil, 20 de julho de 2025
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Morre José Maria Marin, ex-presidente da CBF, aos 93 anos

A trajetória polêmica de Marin na CBF e na política brasileira encerra com sua morte em 20 de agosto de 2023.

O Brasil se despede de uma de suas figuras mais polêmicas, José Maria Marin, que faleceu aos 93 anos neste domingo (20). Marin tinha um histórico rigoroso e controverso tanto no futebol quanto na política, tendo exercido cargos importantes em São Paulo durante o regime militar. Ele foi vereador, deputado, vice-governador e governador, além de liderar a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) de 2012 a 2015. Sua gestão na CBF incluiu a Presidência do Comitê Organizador da Copa do Mundo de 2014, um dos eventos esportivos mais grandiosos do país.

O legado polêmico de Marin na CBF

Durante sua administração à frente da CBF, a nova sede da confederação, localizada no Rio de Janeiro, foi inaugurada com seu nome na fachada. Porém, essa homenagem teve vida curta. Em 2015, Marin foi preso na Suíça em meio ao escândalo de corrupção conhecido como Fifagate. Ele foi acusado pelo FBI e pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos de estar envolvido em um esquema que movimentou milhões de dólares em propinas e contratos fraudulentos relacionados a competições como a Copa América e a Copa Libertadores.

Marin foi condenado por seis crimes, incluindo lavagem de dinheiro e fraude bancária, tendo recebido, segundo os promotores, cerca de 6,5 milhões de dólares em subornos enquanto estava à frente da CBF. Após cumprir parte de sua pena em Nova York, ele foi colocado em prisão domiciliar no Brasil e, posteriormente, libertado durante a pandemia de COVID-19 por questões de saúde.

Momentos conturbados e as críticas

A carreira de Marin também foi marcada por episódios controversos, como o famoso momento da “medalha no bolso”, quando ele foi flagrado pelo olhar das câmeras colocando uma medalha da Copa São Paulo de Futebol Júnior no paletó durante a cerimônia de premiação ao time campeão. Essa cena se tornou um símbolo das críticas à sua postura como dirigente e rapidamente viralizou nas redes sociais.

Em 2014, durante a Copa do Mundo, um momento constrangedor ocorreu quando Carlos Alberto Parreira, coordenador técnico da seleção, leu uma carta de uma suposta torcedora chamada Dona Lúcia. A carta elogiava Marin e outros integrantes da comissão técnica, mas foi vista como tentativa de propaganda e logo virou alvo de piadas nas redes sociais, resultando em uma conta satírica no Twitter que zombava da situação da seleção brasileira no Mundial.

A trajetória política de Marin

Filho de imigrante espanhol, José Maria Marin teve uma carreira política que o levou a cargos de grande influência durante a ditadura militar. Ele era conhecido por seus discursos contundentes contra a imprensa, um deles em 1975, direcionado à TV Cultura, que foi associado ao clima repressivo que cercou e precedeu a morte do jornalista Vladimir Herzog. Como governador de São Paulo, Marin ficou marcado por sua decisão de decretar o fim do DOPS paulista, embora sua gestão tenha sido criticada por ações violentas da Polícia Militar contra opositores.

Marin deixou um legado complexo e controverso, embasado por suas ações tanto no futebol quanto na política, gerando reflexões sobre a ética e a transparência em organizações esportivas e na esfera pública do Brasil.

José Maria Marin faleceu em São Paulo e será velado na capital paulista, deixando uma história que, apesar de repleta de controvérsias, é indiscutivelmente relevante na memória do futebol brasileiro e da política nacional.

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