Brasil, 19 de julho de 2025
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Tarifa de Trump impacta exportação de café e outros setores no ES

Exportação de café do Espírito Santo para os EUA foi interrompida em 7 dias devido à tarifa de 50% anunciada por Trump

Desde o anúncio de Donald Trump de uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, a exportação de café do Espírito Santo para os Estados Unidos foi paralisada, deixando de embarcar cerca de 42 mil sacas em uma semana. Segundo o Centro do Comércio de Café de Vitória (CCCV), mais de 210 mil sacas de café brasileiro deixaram de ser comercializadas para o mercado norte-americano, o equivalente a 12,6 mil toneladas.

Impacto imediato no setor de café e negócios suspensos

O vice-presidente do CCCV, Jorge Nicchio, explicou que o impacto foi instantâneo e atingiu tanto grandes quanto pequenos exportadores. “O comércio está parado. O que já foi vendido, não sabemos ainda o que acontecerá, pois há cafés já contratados antes do anúncio da tarifa e que ainda serão embarcados, mas novas vendas simplesmente não estão sendo feitas”, disse Nicchio.

Os Estados Unidos representam atualmente 28,6% das exportações do Espírito Santo, maior produtor nacional de café, especialmente de café conilon e café solúvel, produtos que têm grande demanda no mercado americano. Segundo ele, país é um dos principais fornecedores de café, com aproximadamente um terço do mercado norte-americano, e impactará também a economia americana, já que a indústria do café gera cerca de 2 milhões de empregos nos EUA.

Outros setores também são prejudicados

Além do café, setores como rochas naturais, gengibre e pimenta-do-reino também enfrentam dificuldades com a suspensão de novas exportações. A Associação Brasileira de Rochas Naturais estima que mais de 1.200 contêineres de rochas naturais deixarão de embarcar até o fim de julho, causando prejuízo de cerca de US$ 40 milhões.

No setor de pimenta-do-reino e gengibre, há relatos de paralisações antes mesmo do início oficial da tarifa em 1º de agosto. Segundo o secretário de Agricultura do Espírito Santo, Enio Bergoli, enquanto pequenos produtores conseguem redirecionar suas vendas, os grandes exportadores enfrentam dificuldades para realizar novos negócios.

Perspectivas e cautela nos setores de celulose e pesca

Os embarques de celulose e pescado ainda não foram interrompidos, mas há preocupação com os possíveis impactos a médio prazo. Agostinho Miranda Rocha, vice-presidente do Sinpacel-ES, afirmou que as exportações de celulose continuam normalmente, embora com atenção redobrada. Mauro Lúcio Peçanha de Almeida, presidente do Sindipesca, destacou que os embarques de pescado seguem ativos, pois os produtos são enviados na sua forma in natura por avião, mas o setor também manifesta apreensão com o que virá futuramente.

Dados sobre a relação comercial entre Espírito Santo e EUA

Em 2024, os Estados Unidos foram responsáveis por 28,6% das exportações do Espírito Santo, representando mais de US$ 800 milhões. Nos cinco primeiros meses de 2025, o valor total exportado para os EUA atingiu US$ 253,4 milhões, demonstrando a importância do mercado norte-americano para o agronegócio capixaba.

O impacto da tarifa, além de afetar a economia brasileira, certamente será sentido pelo mercado dos EUA, que depende bastante da importação de produtos brasileiros, incluindo rochas, café, açúcar, entre outros. As indústrias norte-americanas relacionadas ao café, que geram milhões de empregos, também devem sofrer consequências a curto prazo.

Próximos passos e panorama geral

A medida entra em vigor oficialmente em 1º de agosto, mas os efeitos já vêm sendo sentidos por exportadores e produtores de diversos setores. Ainda é cedo para calcular todos os prejuízos financeiros, mas a expectativa é de que o impacto seja significativo, especialmente para grandes empresas e setores ligados às commodities.

Enquanto isso, autoridades brasileiras e entidades setoriais monitoram a situação de perto, buscando alternativas para mitigar os danos e manter a competitividade no mercado internacional.

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