No último dia 18 de julho, o pastor Silas Malafaia, líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo e figura próxima ao ex-presidente Jair Bolsonaro, comentou sobre a operação da Polícia Federal (PF) que atingiu o ex-mandatário e seu filho, o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP). Em entrevista ao Metrópoles, Malafaia argumentou que as ações da PF reforçam a narrativa de perseguição política contra os Bolsonaros e podem, paradoxalmente, favorecer os esforços de Eduardo em se estabelecer como uma alternativa viável à presidência nas próximas eleições de 2026.
Acritica de Malafaia à PF e ao STF
Malafaia não poupou críticas à atuação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, a quem se referiu como “ditador”. Segundo o pastor, as restrições impostas a Bolsonaro são excessivas e sem precedentes. “Ele [Moraes] botou uma tornozeleira no ex-presidente, impediu o cara de usar redes sociais e de falar com o filho. Nem estupradores, pedófilos ou assassinos violentos são impedidos de falar com a família. O Estado Democrático brasileiro está sendo jogado na lata do lixo”, desabafou.
A operação da PF, a seu ver, não está relacionada apenas aos inquéritos contra Bolsonaro, mas também à tentativa de Eduardo de se posicionar como uma voz forte dentro da direita política brasileira. O pastor asseverou: “Ajuda Eduardo e Bolsonaro. Ajuda os dois. Pode ter certeza. Eu digo uma frase da minha fé: ‘Deus é especialista em transformar caos em bênção’.”
Contexto das medidas restritivas
A PF revelou que o ex-presidente Jair Bolsonaro havia incentivado as sanções anunciadas pelo governo do então presidente dos EUA, Donald Trump, contra o Brasil. Trump impôs uma taxação de 50% sobre produtos brasileiros como retaliação a certos atos que considerou como perseguição a seus aliados. As investigações indicaram que as movimentações de Eduardo Bolsonaro e do ex-presidente começaram no início de julho, período em que o deputado estava nos EUA, alegando trabalhar em favor de sanções que poderiam impactar autoridades brasileiras.
Além das restrições como o uso de tornozeleira eletrônica, Bolsonaro não poderá utilizar redes sociais, comunicar-se com embaixadores estrangeiros ou se aproximar de embaixadas.
Perspectivas eleitorais para Eduardo Bolsonaro
Com um grande apoio entre os seguidores da linha ideológica conservadora, Malafaia acredita que os recentes acontecimentos podem ser um catalisador para a ascensão de Eduardo como uma opção eleitoral mais forte. Ao comentar sobre as restrições que o pai enfrenta, o pastor comparou a situação com outras figuras políticas que também enfrentaram dificuldades, mas conseguiram se reerguer. “Aquilo que parece um desastre, pode se converter em uma grande oportunidade”, destacou.
Repercussão nas redes sociais
A declaração de Malafaia ganhou ampla repercussão nas redes sociais. Muitos internautas e comentaristas políticos tambem enxergaram essa visão como uma forma de galvanizar o apoio conservador em torno de Eduardo, especialmente em um cenário político cada vez mais polarizado. As apurações e ações da PF, assim como as declarações de figuras religiosas e políticas próximas a Bolsonaro, estão moldando o debate público sobre a liberdade de expressão e as pressões que enfrentam aqueles que criticam o sistema judiciário.
O futuro da política brasileira
À medida que o clima político no Brasil se intensifica, as palavras de Malafaia refletem um sentimento de descontentamento entre os apoiadores de Bolsonaro. A maneira como as operações da PF e as ações do STF se desdobram pode ter um impacto significativo nas futuras eleições. Se as ações de hoje se transformarem em apoio ressoante no próximo ciclo eleitoral, como acredita Malafaia, o cenário político brasileiro pode evoluir em direções inesperadas.
Enquanto isso, o ex-presidente permanece em uma posição delicada, cercado por limitações legais que podem influenciar tanto sua imagem quanto a de sua família nas próximos meses e anos.
