O governo de Portugal aprovou na última semana um pacote de restrições migratórias, incluindo a restrição do visto de procura de emprego a trabalhadores qualificados, visando controlar fluxos migratórios e reforçar critérios de entrada no mercado de trabalho.
Regras mais duras para vistos de procura de emprego
Segundo as novas regras, o visto de procura de emprego será concedido apenas a profissionais altamente qualificados, o que pode dificultar o acesso de brasileiros com qualificações em setores culturais e outros habituais no país. A medida, que busca compatibilizar fluxo migratório com a demanda de mão de obra, foi aprovada pelo Parlamento português na semana passada.
Impacto na economia e no setor cultural
Lu Araújo, fundadora do festival Mimo, que leva cerca de 70 mil pessoas a Amarante neste fim de semana, afirmou que as novas restrições dificultam a permanência de profissionais brasileiros em Portugal. “Empresas grandes reclamam da falta de mão de obra, enquanto há brasileiros qualificados vivendo aqui que poderiam ser aproveitados”, disse ela.
Profissionais brasileiros atuando no Portugal
Entre os profissionais envolvidos no festival, há um equilíbrio entre portugueses e brasileiros, incluindo artistas e produtores. “Tem muito produtor qualificado brasileiro que mora em Portugal e que trabalha conosco. Também mantenho o espírito de trazer profissionais do Brasil para o Mimo, com cerca de 500 pessoas na produção”, explicou Lu.
Necessidade de criar oportunidades culturais
Lu destacou que, em tempos de festivais cancelados, é fundamental gerar oportunidades para profissionais brasileiros no exterior. “O discurso da falta de mão de obra é comum, mas profissionais do Brasil que moram em Portugal muitas vezes precisam trabalhar em soluções fora de suas áreas”, lamentou ela.
Contexto político e possíveis efeitos
A restrição de vistos faz parte de um pacote anti-imigração aprovado pelo governo português, que inclui regras mais duras para entrada de trabalhadores. Ainda assim, setores como o turístico, que empregam cerca de 100 mil pessoas, podem sentir o impacto dessas mudanças, segundo o secretário de Estado do Turismo, Pedro Machado.
Para ele, a nova legislação pode dificultar o atendimento das demandas do setor cultural, que é importante para a economia local. “Precisamos de uma estratégia que possibilite a entrada de profissionais qualificados sem abrir mão do controle migratório”, afirmou Machado.
Perspectivas futuras e desafios
Especialistas apontam que o país precisa equilibrar o controle migratório com a necessidade de mão de obra qualificada para o crescimento econômico e cultural. A busca por soluções que garantam inclusão e oportunidades para profissionais brasileiros residentes em Portugal permanece como um desafio a ser enfrentado pelos órgãos responsáveis.
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