No cenário das exportações brasileiras, o mel do Piauí se destacou em 2024, sendo o principal produto comercializado com os Estados Unidos. Entretanto, a recente ação do presidente norte-americano Donald Trump, que anunciou uma taxação de 50% sobre produtos brasileiros, pode trazer consequências alarmantes para a economia do estado. Segundo estudo da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), o impacto dessa medida tributária deverá ser de até R$ 233 milhões, um valor correspondente ao total das exportações piauienses para o mercado americano ao longo do ano.
Impactos econômicos da taxação
De acordo com dados da Sudene, em 2024 o Piauí gastou aproximadamente R$ 271 milhões em importações de produtos dos EUA. No primeiro semestre de 2025, as exportações do estado para os Estados Unidos totalizaram R$ 110 milhões, enquanto as importações somaram R$ 144 milhões. Esse panorama reflete uma balança comercial desfavorável, que pode se agravar ainda mais com a nova taxação.
O papel do mel na economia do Piauí
O mel natural se destaca como o principal produto do Piauí no mercado americano, gerando R$ 60 milhões somente no primeiro semestre de 2025. Outros produtos que também têm ganhado espaço nas exportações são as ceras vegetais e de abelhas, com R$ 33 milhões, além de peixes congelados, que representam R$ 5,5 milhões, e crustáceos, com R$ 3 milhões.
Perdas significativas para a Região Nordeste
Segundo a Sudene, a Região Nordeste pode enfrentar perdas superiores a R$ 16 bilhões anualmente devido ao tarifaço de Trump, o que equivale a mais de 1% do Produto Interno Bruto (PIB) regional. Essa situação pode levar compradores americanos a buscar fornecedores em outros países, o que resultaria em uma perda significativa para a economia local e um impacto direto sobre a cadeia produtiva.
Consequências para o setor de mel
A Central de Cooperativas Apícolas do Semiárido Brasileiro (Casa Apis) já começou a sentir os efeitos da taxação. Em um episódio recente, uma compra de 95 toneladas de mel orgânico produzido no Sul do Piauí foi cancelada por um importador dos EUA. Após um esforço conjunto dos produtores, o embarque da carga foi liberado, sendo dividido entre diferentes navios para evitar atrasos. O presidente da Casa Apis, Sitônio Dantas, enfatizou a importância desse produto e como o setor está se mobilizando para minimizar os danos.
Estratégias para mitigar os impactos
Diante das incertezas e do temor de uma queda nas exportações, o setor de apicultura no Piauí está discutindo estratégias para enfrentar a nova realidade. Uma das alternativas propostas é a divisão das taxas com os importadores, uma forma de reduzir o impacto financeiro tanto para produtores quanto para compradores no exterior. Essa abordagem tem como objetivo principal manter a competitividade do mel brasileiro, que é reconhecido internacionalmente pela sua qualidade.
Olhar no futuro
As negociações e tentativas de adaptação estão em andamento, mas o futuro das exportações de mel do Piauí para os EUA ainda permanece incerto. A pressão do mercado e as decisões políticas ao redor do mundo influenciam diretamente a capacidade dos produtores de se manterem operando e competitivos em um cenário global. O foco agora é garantir que as exportações possam continuar, apesar das adversidades impostas pela nova tributação.
O mel do Piauí não é apenas um produto, mas uma parte vital da identidade e da economia do estado. As movimentações no mercado internacional não devem ser subestimadas, e o futuro pode exigir ainda mais inovação e resiliência dos produtores locais.
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