Nos dias de hoje, muitos casais, conhecidos como DINK (Double Income, No Kids), veem seus animais de estimação como membros da família, e essa relação se reflete em seu comportamento financeiro. Segundo uma pesquisa recente da Insurify, 94% desses casais tratam seus pets como integrantes da família, e 68% estão dispostos a fazer sacrifícios financeiros para cuidar deles, o que inclui ir até mesmo para o extremo de se endividar.
O valor que os casais DINK investem em seus pets
De acordo com o estudo, os casais DINK gastam, em média, cerca de R$ 9.245 por ano com seus animais de estimação. Isso é uma fração ínfima dos R$ 116.000 que os pais gastam para criar uma criança durante os primeiros 18 anos, segundo um relatório da SoFi. Os gastos incluem alimentação, acessórios e cuidados veterinários, tornando-se uma parte significativa do orçamento familiar.
Um dos casos mais emblemáticos é o de Kenzie Mollock e Wiley Garren, um casal de 29 anos que reside no Texas. Eles dedicam uma atenção especial à sua cachorrinha de dois anos e meio, chamada “Hazelnut Frappuccino Whip Cream Paws”, carinhosamente chamada de “Hazel”. Apesar de suas profissões, sendo Kenzie professora e Wiley um soldado do Exército dos EUA, eles sempre encontram um espaço em seu orçamento para cuidar de Hazel.
Despesas e sacrifícios para cuidar dos pets
A pesquisa revelou que 34% dos entrevistados afirmaram que trabalham horas extras ou até encontram empregos secundários para cobrir custos relacionados aos animais, enquanto 33% incurrem em dívidas de cartão de crédito ou empréstimos. Outros 29% afirmaram ter parado de contribuir para poupança e 15% até mesmo ignoraram cuidados médicos pessoais para garantir que seus pets tivessem tudo o que precisavam.
Julia Taliesin, jornalista de dados da Insurify, destacou que a relação entre humanos e pets passou por mudanças significativas nas últimas décadas. “Os donos de pets se preocupam com seu bem-estar de uma forma pessoal, o que facilita a justificativa de gastos pelo bem-estar deles”, afirmou.
Luxos e extravagâncias para os pets
A busca por produtos de luxo para animais de estimação tem crescido entre os casais DINK. Apenas 11% dos entrevistados afirmaram nunca gastar em itens não essenciais para seus pets. Itens como suplementos, guloseimas gourmet, brinquedos de alto padrão e roupas são parte das compras regulares de muitos.
Por exemplo, Kenzie e Wiley investem em comida especializada para Hazel, além de medicamentos para pulgas e carrapatos e brinquedos de enriquecimento mental. Tais itens podem variar de preço e, muitas vezes, é difícil para os donos resistirem à tentação de gastar, especialmente quando os pets usam seus olhinhos de “cachorrinho” para implorar por algo novo.
A relação entre pets e o desejo de ter filhos
Embora muitos casais DINK vejam seus pets como parte da família, 39% deles ainda têm planos de ter filhos no futuro. Entretanto, uma parte significativa, 17%, considera a criação de crianças muito cara, enquanto 15% nunca desejou ser pai ou mãe. Metade dos entrevistados expressou o desejo de um estilo de vida que permita mais liberdade sem as responsabilidades que vêm com a criação de filhos.
Mollock e Garren, assim como muitos de seus pares, não priorizam a chegada de filhos neste momento. “Estamos tentando encontrar nosso caminho na vida”, disse Garren. “Queremos trazer uma criança para um ambiente que esteja em um estágio mais definido e seguro.” Durante esse período, Hazel continua a ser uma espécie de “filha” para eles, proporcionando a alegria e a responsabilidade de cuidar de um ser vivo.
Considerações finais
A relação dos casais DINK com seus animais de estimação revela uma mudança cultural significativa, onde os pets ocupam um lugar de destaque dentro da dinâmica familiar. Ao mesmo tempo, o comprometimento financeiro que essa relação exige coloca à prova a capacidade de equilíbrio entre os desejos e a realidade. Resta saber até onde os casais são capazes de ir para garantir a felicidade e o bem-estar de seus amados pets.
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