No centro de uma polêmica crescente, um funcionário do Bohemian Grove, um famoso retiro masculino de elite na Califórnia, fez uma acusação chocante: o bilionário Bill Koch teria solicitado que o trabalhador ‘lavasse suas roupas íntimas à mão’. Esta alegação surgiu em meio a um processo judicial sobre roubo salarial que inclui várias outras acusações contra a instituição.
Bohemian Grove: um retiro de poder e influência
Localizado em uma área de 2.700 acres em Sonoma County, Califórnia, o Bohemian Grove é conhecido por receber anualmente algumas das figuras mais influentes do mundo em política, cultura e negócios. O evento, realizado todos os meses de julho, dura cerca de duas semanas e reúne membros do exclusivo Bohemian Club, que é exclusivamente masculino.
A recente ação judicial foi movida por três ex-funcionários, Shawn Granger, Anthony Gregg e Wallid Saad, que alegam que sofreram violações das leis trabalhistas da Califórnia. Segundo o processo, os trabalhadores foram forçados a trabalhar 100 horas semanais, mas foram obrigados a registrar apenas 40 horas. Além disso, relatam não terem recebido intervalos para refeições e não terem sido pagos de acordo com o salário mínimo do estado.
Acusações de lavagem de roupas íntimas e possíveis motivações
Durante o desenrolar do processo, surgiram denúncias incomuns. Uma delas envolve Anthony Gregg, que afirmou ter sido alvo de brincadeiras por membros do Bohemian Club após ter atendido ao pedido de Bill Koch para lavar suas roupas íntimas. Apesar de Koch ter um patrimônio estimado em 2 bilhões de dólares, ele não foi nomeado como réu no processo, e seu porta-voz negou veementemente as alegações, afirmando que ele não é membro do clube.
O advogado de Koch, Brad Goldstein, contestou a credibilidade das alegações, argumentando que não havia datas ou detalhes concretos sobre o incidente. Ele sugeriu que as acusações foram uma tentativa de forçar o clube a um acordo. “Dado o fato de que o Sr. Koch não é um membro do clube e frequentemente é confundido com seu irmão, duvido da veracidade da afirmação”, disse Goldstein.
A resolução do caso e o futuro do Bohemian Grove
O caso foi finalmente resolvido em 15 de julho, após um acordo confidencial entre o Bohemian Club e os ex-funcionários, que foi assinado em 10 de julho. As informações sobre o conteúdo do acordo não foram divulgadas ao público.
O Bohemian Grove é um lugar cercado de mistério e controvérsias. Além de suas práticas de exclusão, como a recusa em empregar mulheres até uma ordem judicial em 1981, o clube tem estado sob os holofotes por razões mais sinistras. Em 1942, por exemplo, uma reunião foi realizada no local para planejar o Projeto Manhattan, que culminou no desenvolvimento da bomba atômica.
Rituais e segredos no Bohemian Grove
A cerimônia principal do clube é conhecida como “Cremation of Care”, que muitos consideram um ritual satânico. Ela envolve a queima de um efígie como uma metáfora para a libertação das preocupações mundanas dos membros. Essa ritualística tem sido alvo de críticas e teorias de conspiração, especialmente após a infiltração do teórico da conspiração Alex Jones, que gravou o evento e afirmou que o local estava envolvido em atividades nefastas.
Embora essas alegações sejam frequentemente desmentidas e considerada exageradas, a imagem do Bohemian Grove como um local de poder e exclusão persiste. Os membros são incentivados a levar convidados, mas a mídia e pessoas de fora são rigorosamente excluídas, perpetuando o ar de segredo que envolve a instituição.
No final, as controvérsias recentes e as alegações de Bill Koch ressaltam a necessidade de maior transparência e responsabilização em instituições que reúnem os mais poderosos do mundo. O futuro do Bohemian Grove e a validade das acusações que o cercam continuam sendo temas de debate e escrutínio público.