Em um cenário político acirrado, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, não hesitou em qualificar como “fracasso” a manifestação organizada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e seus apoiadores na Avenida Paulista, no último domingo. O comentário de Haddad ocorreu durante o evento de lançamento do Plano Safra 2025/26, onde ele não apenas criticou o ato de Bolsonaro, mas também defendeu o presidente Luiz Inácio Lula da Silva das críticas direcionadas a ele.
Críticas de Bolsonaro e a defesa de Lula
Durante seu discurso, Haddad mencionou que Bolsonaro, possivelmente frustrado com a baixa adesão a seu evento — que, segundo levantamento do Monitor do Debate Político do Cebrap em parceria com a ONG More in Common, contou com apenas 12,4 mil pessoas em seu auge — decidiu atacá-lo nas redes sociais. “Eu não posso deixar de mencionar o ataque que o senhor [Lula] sofreu do seu antecessor [Bolsonaro] nas redes sociais, que talvez tenha acordado chateado pelo fracasso do evento na Paulista”, pontuou o ministro.
Ademais, Haddad ressaltou uma importante diferença entre os dois líderes: Bolsonaro nunca hesitou em solicitar “anistia” a aliados políticos ao enfrentar problemas jurídicos, algo que Lula nunca fez durante suas dificuldades enfrentadas na Lava Jato. “O senhor nunca pediu para qualquer de nós petistas, um favor, uma anistia, nada disso”, disse Haddad, reforçando a dignidade de Lula em buscar Justiça.
Justiça social e reformas fiscais
Haddad aproveitou o espaço para abordar também as políticas sociais do governo, mencionando o reajuste da tabela do imposto de renda e a proposta que visa isentar o pagamento desse tributo para quem recebe até R$ 5 mil. “[Precisamos] continuar fazendo justiça social. Pode gritar, pode falar, vai chegar o momento de debate, mas temos que continuar fazendo justiça social e não podemos nos intimidar”, afirmou o ministro.
Expectativa de judicialização
O evento também esteve cercado por expectativas em relação a possíveis judicializações do governo, especialmente sobre o IOF e a tramitação do projeto que propõe a isenção do imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil. Haddad criticou diretamente Bolsonaro enquanto defendia sua proposta. “Estão falando de aumento de imposto porque? Porque estamos fechando brechas?”, questionou o ministro, enfatizando que a intenção do governo é proteger os trabalhadores e garantir justiça fiscal.
Ele complementou sua fala contando sobre a dificuldade em remover brechas legais que favorecem grandes empresários, o que resulta em um tratamento injusto para com o trabalhador comum. “Cada vez que a gente tira o jabuti da árvore, há uma grita de aumento de imposto. Isso não é aumento de imposto, é o mínimo de respeito com o trabalhador que paga as contas em dia”, concluiu Haddad, deixando claro seu compromisso com a justiça social e a sustentabilidade fiscal.
Com essas declarações, Fernando Haddad não apenas refutou as críticas de Bolsonaro, mas também reforçou o compromisso do governo com políticas de inclusão e justiça social que visam beneficiar a população brasileira, especialmente em um momento de tantas incertezas e divisões políticas.
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