Brasil, 21 de junho de 2025
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Argentina avalia queima de cédulas para controlar excesso de papel-moeda

Banco Central da Argentina estuda queimar cédulas para lidar com o acúmulo de papel em circulação, inspirado no modelo brasileiro.

O presidente do Banco Central da Argentina, Santiago Bausili, anunciou que a instituição avalia a possibilidade de incinerar cédulas para conter o excesso de papel-moeda em circulação no país. A declaração foi feita durante uma transmissão ao vivo no programa Carajo, ao lado do ministro da Economia, Luis Caputo, e do secretário de Política Econômica, José Luis Daza. As informações são do jornal Clarín.

Desgaste e aumento do volume de notas em circulação

Segundo Bausili, o método tradicional de destruição de notas não é mais suficiente para acompanhar o volume crescente de cédulas danificadas ou fora de circulação. “Os bilhetes têm uma vida útil. Depois de passar por muitas mãos, deixam de ser legíveis e precisam ser descartados”, afirmou. Atualmente, a Argentina possui mais de 8,7 bilhões de cédulas em circulação, totalizando cerca de 8 mil toneladas de papel, com mais de 185 notas por habitante no país.

Apesar da entrada em circulação das novas cédulas de $10.000 e $20.000, importadas da China, o problema persiste. O cenário se agravou após a inflação de 2023 e início de 2024, que acelerou a circulação de notas e acelerou seu desgaste.

Inspiração no modelo brasileiro de destruição de cédulas

O Banco Central da Argentina pretende se inspirar no sistema brasileiro de incineração de cédulas. Desde 2017, o Banco Central do Brasil adota um procedimento em que as notas desgastadas são enviadas para serem trituradas e transformadas em blocos de R$ 50 mil, que servem de combustível em fábricas de cimento por meio do coprocessamento. Essa prática é considerada ambientalmente sustentável. Em 2023, cerca de 1.500 toneladas de resíduos foram utilizadas dessa maneira, evitando a emissão de aproximadamente 2 mil toneladas de CO₂, em comparação ao descarte em aterros sanitários.

Processo atual na Argentina e desafios logísticos

Atualmente, a destruição na Argentina é feita por máquinas que trituram as notas, transformando-as em briquetes, que posteriormente são descartados em aterros. Os bancos comerciais classificam as cédulas com base em um sistema de cinco níveis de qualidade definido pelo Banco Central da República Argentina (BCRA). Notas seriamente danificadas com valor acima de $1.000 precisam ser perfuradas antes de envio, enquanto as demais podem ser enviadas em pacotes de mil unidades.

O país enfrenta uma crise logística desde julho de 2024, quando atingiu um recorde de 11,8 bilhões de cédulas em circulação. Os cofres dos bancos ficaram lotados, levando à construção de novas bóvedas e ao armazenamento de grandes volumes em depósitos próprios, chamados de “sarcófagos”. Segundo fontes do setor bancário, “conseguimos aliviar a situação emergencial, mas ainda há muito papel armazenado e sem destino”.

Perspectivas futuras

Diante do aumento na quantidade de notas deterioradas e do acúmulo de papel, o Banco Central da Argentina confirmou que considera novas formas de destruição, incluindo a queima de cédulas, fonte de inspiração no modelo brasileiro. A medida visa melhorar o gerenciamento do papel-moeda e reduzir o impacto ambiental do descarte.

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