Em um cenário preocupante para a educação no Brasil, o Piauí registrou, em 2024, uma taxa de analfabetismo de 13,8%, conforme a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Este índice coloca o estado como o segundo pior do país, superado apenas por Alagoas, que apresenta 14,3%. Além disso, a taxa piauiense está 8,5 pontos percentuais acima da média nacional, que é de 5,3%. Esta situação é alarmante e requer atenção imediata das autoridades e da sociedade civil.
Crescimento do analfabetismo em diferentes faixas etárias
O estudo do IBGE revela um aumento de 0,5 ponto percentual na taxa de analfabetismo do Piauí em relação ao ano anterior, quando o índice era de 13,3%. Essa elevação não se restringe a uma única faixa etária, pois todas as classes, exceto a de 60 anos ou mais, apresentaram crescimento nos índices entre 2023 e 2024. Abaixo, destacam-se os números por faixa etária:
- Pessoas de 15 anos ou mais: aumento de 13,3% para 13,8%;
- Pessoas de 18 anos ou mais: aumento de 14% para 14,5%;
- Pessoas de 25 anos ou mais: aumento de 16,3% para 16,7%;
- Pessoas de 40 anos ou mais: aumento de 23,2% para 24,5%;
- Pessoas de 60 anos ou mais: redução de 35,5% para 33,2%.
Entretanto, é importante notar que a taxa de analfabetismo entre a população idosa apresenta uma redução contínua desde 2017, quando era de 44,9%. Nos últimos sete anos, essa taxa caiu 11,7 pontos percentuais, mostrando que, apesar do aumento recente, há um progresso entre os mais velhos.
Desigualdade racial e de gênero no analfabetismo
Outro ponto significativo abordado pela Pnad Contínua é a disparidade racial e de gênero na taxa de analfabetismo. Em um período de um ano, o percentual de analfabetismo entre negros (pretos e pardos) no Piauí saltou de 13,8% para 14,7%, enquanto que, entre os brancos, foi observada uma queda de 11,1% para 10,2%. Isso evidencia um aumento nas dificuldades enfrentadas pela população negra em termos de acesso à educação e oportunidades.
A disparidade também se reflete entre os gêneros; para os homens, a taxa passou de 14,8% para 15,6%, enquanto o percentual para as mulheres foi de 11,8% para 12,1%. Esses dados evidenciam a necessidade urgente de ações focadas que visem igualar as oportunidades educacionais para todos, independentemente da cor da pele ou gênero.
Iniciativas para combater o analfabetismo no Brasil
Em resposta a essa realidade alarmante, iniciativas estão sendo implementadas em todo o Brasil para combater o analfabetismo. Programas de alfabetização de jovens e adultos, bem como campanhas de conscientização sobre a importância da educação, estão em andamento em várias cidades, incluindo no Piauí. As autoridades locais têm buscado parcerias com organizações não governamentais e instituições educacionais para promover a inclusão e oferecer recursos educacionais adequados.
É fundamental que a população e os governantes se unam em torno da causa da educação. Combater o analfabetismo não é apenas uma questão de justiça social, mas também um pilar essencial para o desenvolvimento econômico e social do estado e, por extensão, do país.
O Piauí tem um longo caminho pela frente, mas a mobilização e o comprometimento de todos podem mudar esse cenário. A educação é um direito de todos, e é crucial que esforços conjuntos sejam feitos para garantir que cada piauiense tenha acesso ao aprendizado e à formação necessária para um futuro melhor.


