Brasil, 9 de junho de 2025
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Ministro Moraes surpreende em audiência com humor e sutileza

Durante a audiência de Mauro Cid no STF, o ministro Alexandre de Moraes interagiu descontraidamente com o advogado Almir Garnier.

Na tarde desta segunda-feira (9), a audiência do ex-ajudante de ordens Mauro Cid no Supremo Tribunal Federal (STF) trouxe um momento inusitado e leve, protagonizado pelo ministro Alexandre de Moraes e o advogado do ex-comandante da Marinha, Almir Garnier, na figura do ex-senador Demóstenes Torres. Esse episódio, que aconteceu no contexto da apuração da chamada “trama golpista”, foi um alívio cômico em um ambiente que costuma ser bastante sério e tenso.

A interação descontraída no STF

Durante a oitiva, quando Cid abordou a suposta participação de Garnier em um “grupo de radicais”, o advogado pediu licença ao ministro para adotar um estilo mais direto, semelhante ao utilizado por Moraes. A interação começou de forma leve, quando Torres perguntou: — “Senhor ministro, posso ter um momento Alexandre de Moraes?” A pergunta, que gerou risos na sala, abriu um espaço para um diálogo mais informal.

Moraes, atento à questão, buscava compreender a indagação da defesa. Ele teve um papel ativo na interação, perguntando: — “A pergunta do senhor é se o réu disse que o ex-comandante Almir Garnier fazia parte de algum grupo?” Esse tipo de diálogo ilustra a tentativa do ministro de manter a audiência administrada, mas também de humanizá-la através do bom humor.

Um “Momento Alexandre de Moraes”

Após o consentimento de Torres, Mauro Cid respondeu a pergunta, esclarecendo que a categorização que havia feito não se baseou em nomes específicos, mas em situações apresentadas ao então presidente Jair Bolsonaro. Essa divisão, segundo Cid, foi uma simples elaboração mental e não resultou de estudo formal.

No entanto, o tom bem-humorado continuou quando Demóstenes Torres insistiu: — “Infelizmente, senhor presidente, eu não posso ter o meu ministro Alexandre de Moraes. Sim ou não?” Moraes, por sua vez, entrou na brincadeira e autorizou: — “Pode sim ter o momento!” Esse momento leve serviu para dissipar, ainda que temporariamente, a tensão que ronda os assuntos tratados no STF.

Cid seguiu com suas respostas, afirmando que Almir Garnier estava entre os assessores que apresentavam propostas consideradas radicais ao presidente Bolsonaro. Ao fim dessa troca de ideias, Alexandre de Moraes fez uma nova ironia, perguntando se a defesa estava satisfeita com a resposta: “A defesa está feliz com a resposta? Mais alguma coisa, doutor? Sim ou não, doutor Demóstenes?” Essa interação reforçou o clima descontraído, mesmo em meio a um cenário que não deixa de ser sério e importante.

Contexto e repercussão

O episódio se deu durante a primeira audiência de instrução no STF em torno da trama golpista, que investiga uma suposta tentativa de ruptura institucional após a derrota de Jair Bolsonaro nas eleições de 2022. Mauro Cid, que celebrou um acordo de delação premiada com a Polícia Federal, foi o primeiro réu a prestar depoimento como colaborador.

As audiências seguem programadas até a próxima sexta-feira (13), em sessões presenciais na sede do Supremo Tribunal Federal, em Brasília. O ex-presidente Jair Bolsonaro está agendado para ser ouvido em sexto lugar na ordem alfabética. Uma exceção nesse processo é o ex-ministro da Defesa, Walter Braga Netto, que cumpre prisão preventiva no Rio de Janeiro e participa das sessões por videoconferência.

Esses momentos de leveza, mesmo em um contexto de seriedade judicial, revelam que o ambiente do STF pode ter sua porção de informalidade, o que proporciona uma visão mais humana dos envolvidos. A interação entre Moraes e Demóstenes Torres ficará marcada como um episódio bem-humorado em um cenário repleto de desafios e complexidades para a justiça brasileira.

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