A euforia tomou conta do mercado financeiro brasileiro nesta terça-feira, 13 de maio de 2025. A forte alta do Ibovespa, que encerrou o dia em 138.963 pontos, representa uma valorização de 1,76% em relação ao pregão anterior. Esse feito marca um recorde histórico para o indicador, o que revela um apetite renovado dos investidores e uma recuperação econômica que já estava em pauta. Além disso, o dólar comercial despencou 1,34%, fechando a R$ 5,60, o menor valor do ano.
O impacto do acordo entre China e EUA
O recente acordo comercial firmado entre China e Estados Unidos tem sido um fator decisivo para a recuperação do apetite financeiro dos investidores em território brasileiro. A redução das tarifas de importação entre as duas potências trouxe um alívio ao mercado, o que, segundo analistas, ajudou a atrair investimentos estrangeiros de volta para a Bolsa do Brasil. “A trégua entre China e EUA proporciona um ambiente mais favorável, revigorando as expectativas para a economia global”, explica Matheus Amaral, especialista em renda variável do Banco Inter.
Dólar no menor patamar do ano
O desempenho do dólar acompanhou a tendência de desvalorização observada em relação a outras moedas fortes. O índice DXY, que mede a força do dólar ante uma cesta de seis divisas, caiu 0,82% próximo do fechamento do mercado de câmbio no Brasil. Essa queda ocorre em meio a um CPI (índice de preços ao consumidor) nos EUA abaixo das expectativas, o que pode sinalizar cortes nos juros americanos no futuro, tornando investimentos denominados em dólares menos atraentes.
Atração do capital internacional
Analistas como Felipe Sichel, economista-chefe da Porto Asset, apontam que a atual taxa Selic de 14,75% ao ano é um atrativo significativo para investidores estrangeiros. “O cenário macroeconômico brasileiro, aliado à atratividade dos juros altos, gera uma percepção de segurança e rentabilidade”, ressalta Sichel. O “carry trade”, onde investidores buscam capitalizar em diferenças de juros, também tem atraído a atenção no mercado de renda variável.
Ibovespa: reflexo das commodities e do cenário econômico
Ao longo do dia, ações de grandes empresas puderam ser vistas com desempenho positivo, refletindo a valorização das commodities. Vale e Petrobras, duas das maiores empresas listadas no Ibovespa, fecharam em alta, impulsionadas por um acirrado apetite por risco e perspectivas de demanda aquecida no mercado internacional. O petróleo, por exemplo, fechou o dia em alta, enquanto o minério de ferro na Bolsa de Dalian, na China, subiu mais de 1%, beneficiando as ações da mineradora brasileira.
Outros destaques do mercado
Além das ações de petróleo e minério, a B3 também se destacou no pregão de hoje. A Bolsa brasileira teve um avanço significativo, particularmente após a recomendação de compra do banco americano Morgan Stanley. As ações da Hapvida reagiram positivamente aos resultados financeiros da companhia, que, apesar de apresentar um lucro 15,8% menor, mostrou um aumento na receita — um indicativo interessante para os investidores.
Expectativas futuras
Com o cenário econômico apresentando uma melhoria, há uma crescente expectativa sobre uma possível recuperação das emissões de ações e dívida, conforme analisa o analista Jorge Kuri. “A B3 pode se beneficiar com um aumento da atividade de hedge e um cenário que favorece investimentos em ações, fundos e produtos alternativos”, afirma Kuri, enfatizando a tendência de migração de investidores de renda fixa para ações.
Por fim, o dia foi marcado não apenas pela alta do Ibovespa e pela queda do dólar, mas também pelas movimentações do mercado de consumo, com empresas voltadas para o consumo cíclico, como Magazine Luiza e Renner, apresentando altas significativas em suas ações.
A recuperação do mercado financeiro brasileiro, aliada ao cenário internacional, continua a ser um tema de atenção e otimismo para analistas e investidores, que seguem otimistas em relação aos próximos passos da economia.
