Teresina, 30 de janeiro de 2025
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Petro barra pouso, Trump anuncia retaliação e Colômbia envia avião para buscar deportados nos EUA

Sanções de Trump contra a Colômbia após rejeição de voo com deportados gera crise e tensões diplomáticas.
mugshot do ex-presidente norte-americano Donald Trump
Donal Trump. Foto: Fulton County Sheriff's Office/Divulgação

A crise diplomática entre os Estados Unidos e a Colômbia enfrenta um momento delicado, após o governo colombiano recusar a aterrissagem de um voo militar americano com deportados. Em resposta, o presidente Donald Trump anunciou sanções econômicas e diplomáticas contra a Colômbia, enquanto o presidente colombiano Gustavo Petro adotou uma postura firme, revelando planos para transportar migrantes colombianos em aviões presidenciais e exigir a regularização de estadunidenses que vivem irregularmente no país.

Trump anuncia retaliação contra a Colômbia

Após a rejeição do voo de deportados, o governo dos Estados Unidos anunciou uma série de medidas de retaliação contra a Colômbia, incluindo:

  • Tarifas comerciais adicionais sobre exportações colombianas, como café, flores e carvão.
  • Restrições na emissão de vistos para cidadãos colombianos, afetando tanto viagens de negócios quanto de turismo.
  • Revisão de acordos bilaterais, como o Acordo de Livre Comércio entre os dois países, em vigor desde 2012.

Trump classificou a decisão colombiana como uma “afronta à soberania americana” e alertou para a possibilidade de sanções adicionais caso Bogotá não coopere com as políticas migratórias dos Estados Unidos.

Petro responde: ‘Somos o oposto dos nazistas’

Em reação às sanções, o presidente colombiano Gustavo Petro reafirmou a soberania do país e anunciou uma nova abordagem para lidar com deportados colombianos. Petro declarou que enviará aviões presidenciais para transportar os migrantes deportados diretamente dos Estados Unidos, garantindo que sejam recebidos com dignidade e assistência.

“Não somos nazistas. Não vamos permitir que nossos cidadãos sejam tratados de forma desumana. Vamos trazer nossos compatriotas de volta com respeito e dignidade,” afirmou Petro.

O presidente também revelou que mais de 15 mil estadunidenses que vivem irregularmente na Colômbia deverão regularizar sua situação migratória. Essa medida é vista como uma resposta direta à política de deportações em massa de Trump.

O contexto da rejeição colombiana

A rejeição ao voo de deportados foi justificada pelo governo colombiano com base em falta de diálogo prévio e preocupações com os direitos humanos. Autoridades colombianas afirmaram que os deportados não foram devidamente identificados e que a decisão de recusar a aterrissagem foi tomada para proteger os interesses de seus cidadãos.

Petro tem defendido uma abordagem mais humanitária para questões migratórias, destacando a necessidade de cooperação internacional em vez de ações unilaterais que promovam o sofrimento das pessoas envolvidas.

Impactos econômicos e diplomáticos

As sanções impostas pelos Estados Unidos têm potencial para causar graves prejuízos econômicos à Colômbia. Os Estados Unidos são o principal parceiro comercial do país, representando mais de 30% das exportações colombianas. Produtos como café, flores e carvão, que são pilares da economia colombiana, podem enfrentar tarifas adicionais, dificultando sua competitividade no mercado americano.

Entretanto, analistas apontam que as ações de Trump também podem prejudicar setores econômicos dos EUA que dependem de mão de obra estrangeira, incluindo colombianos. A agricultura, construção civil e serviços são áreas que podem enfrentar desafios com a escassez de trabalhadores qualificados.

A situação dos estadunidenses irregulares na colômbia

A decisão de Petro de exigir a regularização de 15 mil estadunidenses que vivem no país sem documentação marca uma mudança significativa na política migratória da Colômbia. Até então, o governo colombiano mantinha uma postura mais flexível em relação a estrangeiros em situação irregular. Petro ressaltou que todos os países devem adotar uma abordagem equilibrada para lidar com migração, baseada no respeito mútuo.

“Se eles exigem de nós, exigiremos deles. É assim que se constrói uma relação internacional justa,” afirmou Petro.

Repercussão internacional

A crise entre EUA e Colômbia despertou a atenção de outros países da América Latina. Muitos líderes regionais expressaram solidariedade à Colômbia, enquanto organizações de direitos humanos criticaram as políticas migratórias americanas, chamando-as de “desumanas” e “ineficazes”.

O presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, destacou que a cooperação é a única maneira de enfrentar crises migratórias, e elogiou a postura de Petro como “corajosa e humanitária”.

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