Brasília – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou a realização de uma cerimônia no próximo mês para marcar os dois anos dos ataques de 8 de janeiro de 2023, quando apoiadores do então presidente Jair Bolsonaro invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes em Brasília. O evento busca relembrar o episódio e reafirmar o compromisso do governo com a defesa da democracia.
A solenidade, que seguirá o modelo do ato “Democracia Inabalada”, realizado em 2024, reunirá chefes dos Três Poderes, ministros, governadores e convidados no Salão Negro do Congresso Nacional. Durante a última reunião ministerial de 2024, Lula enfatizou a importância da presença de todos os ministros na cerimônia, destacando o simbolismo da data na luta pela preservação das instituições democráticas.
Debates acirrados sobre anistia e polarização política
O evento ocorre em meio à análise do Projeto de Lei da Anistia do 8 de janeiro, em tramitação no Congresso Nacional. O projeto propõe o perdão para investigados e condenados pelos ataques, mas enfrenta resistência de diversos setores políticos. Antes de chegar ao plenário, a proposta será avaliada por uma comissão especial na Câmara dos Deputados.
O debate sobre a anistia ganhou força após o inquérito da Polícia Federal apontar Jair Bolsonaro como um dos responsáveis pela incitação golpista. Além disso, ex-ministros e outros envolvidos no planejamento das invasões foram indiciados, enquanto o Supremo Tribunal Federal (STF) já contabiliza mais de 200 condenações relacionadas aos crimes cometidos durante os ataques.
Lula organiza cerimônia em defesa da democracia
A realização da cerimônia também ocorre em um momento de alerta sobre a radicalização política, exacerbada pelo atentado de 13 de novembro de 2024, quando um homem atacou o Supremo Tribunal Federal com fogos de artifício e se explodiu no local. O episódio reacendeu discussões sobre a escalada do extremismo e a necessidade de fortalecer medidas de proteção às instituições.
Enquanto o governo se prepara para reforçar a defesa da democracia durante o evento, a oposição mantém críticas às ações da administração Lula, sugerindo que a cerimônia pode ampliar as divisões políticas no país.
Segundo o governo, a cerimônia será um momento de reflexão sobre a importância de proteger as instituições democráticas e os direitos fundamentais. Para os autores da ideia, a democracia brasileira mostrou sua força ao resistir aos ataques de 2023.
A data promete reacender debates sobre a condução política do país.