A safra de uvas da variedade niágara, uma das mais populares no Brasil durante as festas de fim de ano, sofrerá uma redução significativa em 2024. A principal região produtora, Jundiaí, no interior de São Paulo, enfrentou condições climáticas desfavoráveis que comprometeram o desenvolvimento dos cachos.
Os produtores locais estimam uma redução de 30% na colheita, atribuindo as perdas ao frio tardio na brotação e à estiagem durante a florada. Essas condições climáticas adversas resultaram em cachos menores e menor qualidade geral do produto.
A uva niágara é especialmente sensível às variações climáticas nas fases de brotação e florada, que exigem temperaturas mais altas para o desenvolvimento ideal. No entanto, o inverno de 2024 foi atipicamente quente, seguido por uma queda brusca de temperaturas, agravando os problemas.
Para mitigar os prejuízos, agricultores estão inovando no manejo, adotando podas segmentadas por talhões e distribuídas ao longo do ano. “Essa técnica permite adaptar a produção às condições climáticas e evitar perdas maiores”, explicou um produtor local.
Com a aproximação das festas de fim de ano, a demanda por uvas aumenta significativamente no Brasil, pois a fruta é amplamente utilizada em receitas natalinas, simpatias de Ano Novo e como matéria-prima para sucos, vinhos e espumantes. Além disso, a uva é valorizada por suas propriedades antioxidantes, como o resveratrol e as antocianinas, que contribuem para a saúde.
A combinação de menor oferta e alta demanda pode levar a um aumento nos preços, tornando as celebrações natalinas e de Ano Novo mais caras para os brasileiros. Especialistas alertam que, além da niágara rosada, outras variedades de uvas, como as sem semente, também podem sofrer elevações nos preços.
O impacto econômico no setor e na mesa dos consumidores reforça a importância de políticas agrícolas que auxiliem os produtores a enfrentar mudanças climáticas e adaptar suas técnicas de cultivo.