Brasília – Em meio a crescentes tensões nos bastidores do Palácio do Planalto, o ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Paulo Pimenta, não participou de uma reunião estratégica nesta segunda-feira (9). O encontro, que contou com a presença de 17 ministros e secretários, tratou de mudanças na gestão de empresas estatais – pauta que, tradicionalmente, envolveria a Secom.
A ausência de Pimenta reforça especulações sobre uma possível troca no comando da comunicação do governo. Fontes do Planalto indicam que o publicitário Sidônio Palmeira, considerado uma escolha inicial de Lula para o cargo, pode ser convocado para assumir a pasta. Sidônio, que havia recusado o convite no início do governo, manteve uma relação de colaboração informal com o presidente.
Crise na comunicação de Lula
As críticas de Lula à comunicação governamental não são recentes. Desde o início de seu mandato, o presidente destacou a necessidade de uma abordagem mais eficaz para divulgar os feitos positivos de sua administração. Em um discurso recente, durante um evento do PT, Lula foi enfático ao afirmar que será “obrigado” a realizar mudanças na comunicação para melhorar a percepção do governo entre os brasileiros.
Entre as conquistas citadas pelo presidente estão o aumento real do salário mínimo, o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) e a menor taxa de desemprego da história do país. Contudo, fatores como alta do dólar, juros elevados e o impacto de desastres naturais no preço dos alimentos têm obscurecido esses avanços.
A reunião se, Paulo Pimenta e os bastidores
Enquanto Pimenta não compareceu, figuras-chave como Alexandre Padilha, ministro da Secretaria de Relações Institucionais, e Rui Costa, da Casa Civil, marcaram presença na reunião, que ocorreu entre 9h40 e 12h20 no Palácio do Planalto.
Fontes internas afirmam que a exclusão do atual ministro da Secom de encontros estratégicos reforça o movimento para sua substituição. Apesar de ainda não haver confirmação oficial, a sinalização de Lula no evento do PT e a ausência de Pimenta indicam que mudanças podem estar próximas.
Presidente culpa comunicação por avaliação do governo
Ao longo de 2024, pesquisas indicaram uma avaliação do governo aquém das expectativas da equipe presidencial. A percepção pública não acompanha, segundo o Planalto, o impacto positivo de medidas implementadas. Essa lacuna entre ações e comunicação tem sido uma das principais críticas de Lula, que insiste na necessidade de uma mensagem clara e acessível ao povo.
Para observadores políticos, a possível entrada de Sidônio Palmeira na Secom reflete a busca por uma comunicação mais eficiente e alinhada com o perfil estratégico do governo. Com uma vasta experiência no campo publicitário, Sidônio é visto como peça central para resgatar a conexão entre as realizações do governo e a percepção popular.
Lula quer reconquistar eleitorado
O cenário político para a Secom permanece incerto, mas a pressão para mudanças é evidente. A questão central agora é se o governo será capaz de transformar as críticas em uma oportunidade para reformular sua estratégia de comunicação e reconquistar a confiança do eleitorado.
Enquanto as movimentações seguem nos bastidores, a gestão de Pimenta e o possível retorno de Sidônio Palmeira ao centro das decisões mantêm o Planalto sob os holofotes. O trabalho da Secom será determinante para moldar a narrativa do governo nos próximos meses, em um momento que o presidente Lula enfrenta desafios econômicos e sociais do país.