Washington, D.C. – A dois dias das eleições presidenciais nos EUA o país se prepara para um embate histórico entre a atual vice-presidente Kamala (Partido Democrata) e o ex-presidente Donald Trump (Partido Republicano). A eleição será realizada em 5 de novembro, e as pesquisas indicam uma disputa acirrada, especialmente nos sete estados-pêndulo que podem decidir o resultado final.
Os candidatos e o sistema eleitoral
A democrata Kamala Harris, de 60 anos, busca se tornar a primeira mulher presidente dos EUA. Do outro lado, o republicano Donald Trump, de 78 anos, tenta um retorno à Casa Branca após ter sido derrotado em 2020. No sistema de Colégio Eleitoral dos EUA, cada estado tem um número específico de delegados com base em sua população, e o candidato que vencer em um estado leva todos os delegados (exceto em Maine e Nebraska, que possuem sistemas específicos de divisão).
Eleições presidenciais nos EUA: pesquisas e importância dos estados-pêndulo
Com mais de 72 milhões de votos antecipados já registrados, a disputa se mostra extremamente acirrada. Nos sete estados-pêndulo que podem decidir a eleição, pesquisas apontam empate técnico em locais como Wisconsin, onde Harris tem 48% das intenções de voto, contra 47% de Trump, dentro da margem de erro. Esses estados são cruciais, pois concentram um número elevado de delegados que pode decidir o caminho para os 270 delegados necessários para vencer.
- Pensilvânia (19 delegados): Trump lidera com uma pequena vantagem. O estado, que já foi decisivo nas eleições de 2016 e 2020, continua a ser um campo de batalha.
- Geórgia (16 delegados): Tradicionalmente republicano, votou em Biden em 2020 e tem uma grande comunidade negra que pode beneficiar Harris.
- Michigan (15 delegados): Harris lidera ligeiramente, mas a população árabe-americana e o histórico recente tornam o estado imprevisível.
- Arizona (11 delegados): Apesar de tradicionalmente republicano, Biden venceu por uma pequena margem em 2020.
- Carolina do Norte (16 delegados): Com uma população negra significativa, Harris aposta em um aumento no registro de eleitores.
- Nevada e Wisconsin: completam a lista de estados-chave, com um total de 93 delegados em disputa.
Reta final das campanhas de Trump e Kamala
Com o final da campanha se aproximando, os candidatos intensificaram suas agendas nos estados decisivos. Kamala encerrará sua campanha com um comício em Filadélfia, Pensilvânia, reforçando sua mensagem de união nacional e direitos das mulheres. Trump, por sua vez, fechará sua campanha em Grand Rapids, Michigan, mantendo um discurso contundente contra seus adversários e alegando, mais uma vez, que há possibilidade de fraude nos estados-pêndulo.
Clima eleitoral e tensões
As eleições de 2024 ocorrem em um ambiente de forte tensão. Trump ainda se recusa a afirmar se aceitará o resultado em caso de derrota, e Washington, D.C., já começa a ver empresas protegendo suas fachadas em preparação para possíveis protestos pós-eleição. Manifestações feministas em apoio a Harris e alertas das autoridades sobre um possível ambiente de instabilidade refletem o clima polarizado do país. O mercado financeiro, que observa as eleições de perto, tem demonstrado sinais de expectativa por uma vitória de Trump, com alta nos títulos da dívida pública americana.
Uma apuração demorada
Devido ao grande número de votos antecipados e ao sistema eleitoral complexo, a apuração pode levar dias para ser concluída. Especialistas indicam que o resultado final pode demorar, o que agrava a incerteza e aumenta a importância dos estados-pêndulo na definição da corrida presidencial.
Essas eleições reforçam a divisão dos Estados Unidos, em um cenário onde cada voto nos estados-chave pode mudar o rumo da história do país.
