Em um cenário político que mais parece uma montanha-russa, o ministro Wellington Dias, do Desenvolvimento Social, vê-se no centro de uma disputa que envolve interesses, estratégias regionais e blefes políticos. A imprensa, sempre atenta, mais uma vez, noticiou que o senador pelo Piauí estaria de saída do Ministério, cedendo espaço ao Centrão. O nome cotado? André Fufuca (PP), deputado federal pelo Maranhão e aliado de Ciro Nogueira, o ex-ministro da Casa Civil de Bolsonaro e principal adversário de Dias no Piauí.
O ministro, contudo, foi rápido em desmentir os rumores em suas redes sociais, afirmando neste domingo (6) que segue firme sob o comando do presidente Lula, com foco no combate à pobreza e à fome.
“Alguns veículos de imprensa publicaram informações dizendo que eu teria admitido deixar o ministério. Isso não procede. Sigo sob o comando do presidente Lula atendendo seu pedido de trabalhar cada vez mais no combate à pobreza e a fome no país.”
Mas, como bem sabemos, onde há fumaça, há fogo.
Em Belém (PA), durante o evento “Diálogos Amazônicos”, o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, soltou ao vento que o presidente Lula já teria decidido pela indicação dos deputados André Fufuca e Silvio Costa (Republicanos) para ministérios, embora tenha mantido em segredo quais pastas seriam. “Já tem uma decisão do presidente Lula de trazer esses dois parlamentares”, disse Padilha.
No mesmo evento, Wellington Dias, talvez tentando acalmar os ânimos, declarou seu apoio ao presidente, ressaltando a importância da estabilidade política para o país.
“Todo apoio a ele [ presidente Luka] para que a gente tenha, sim, uma base que garanta estabilidade política. Isso aqui é bom, não é para o governo, é bom para o país: estabilidade política, econômica e social”, afirmou Dias.
A imprensa, com seu faro aguçado, interpretou a fala de Dias como um sinal de que ele estaria de saída. E, embora o ministro tenha negado, o cenário político sugere que há mais em jogo do que se vê à primeira vista.
O jornalista Guilherme Amado, do Metrópoles, trouxe à tona que o presidente Lula teria consultado a deputada Gleisi Hoffmann e o ministro Flávio Dino sobre André Fufuca. Ambos teriam elogiado o deputado federal do Progressistas. O que inicialmente parecia ser um movimento de Ciro Nogueira para diminuir o poder de Wellington Dias no Piauí, agora se revela como uma ação de pessoas próximas ao presidente Lula. Um fogo amigo dentro do PT e do Palácio do Planalto.
Wellington Dias, em meio a essa montanha-russa política, recebeu apoio da primeira-dama, Janja da Silva, e do próprio presidente Lula. No entanto, a política, com suas reviravoltas e intrigas, faz com que a permanência de Dias no cargo seja questionada semana após semana. Mesmo com declarações de apoio, fontes próximas ao ministro já dão como certa sua saída.
Nesta montanha-russa, num momento Wellington Dias está em cima, noutro, em baixo. Por enquanto, Wellington Dias segue ministro.