No mês passado, um número recorde de 6.512.731 empresas brasileiras estavam inadimplentes, ou seja, com contas atrasadas, de acordo com um levantamento da Serasa Experian. Este é o maior número para abril desde o início da série histórica em 2016. A soma das dívidas também atingiu um patamar recorde de R$ 117,5 bilhões.
Aumento das falências
O número de falências também tem aumentado. No primeiro quadrimestre de 2022, 258 empresas entraram com pedido de falência. No mesmo período de 2023, o total subiu para 346 — um aumento de 34%.
Juros elevados e inflação fora do centro da meta
Para o economista da Serasa Experian, Luiz Rabi, os juros elevados e a inflação fora do centro da meta afetam o poder de compra dos consumidores e encarecem a produção das empresas, que perdem nas duas pontas.
Sudeste lidera ranking de inadimplência
A região Sudeste concentra a maior parte das empresas inadimplentes. No ranking por estado, São Paulo ocupa o primeiro lugar, seguido de Minas Gerais e Rio de Janeiro. Em quarto, aparece o Paraná e, depois, vêm Rio Grande do Sul e Bahia.
Micro e Pequenas Empresas são as mais afetadas
A maioria dos negócios com o caixa no vermelho é de micro e pequenas empresas, que equivalem a 87,6% das negativadas e totalizam 5,7 milhões. Somados, os débitos desses negócios atingem a cifra de R$ 94,5 bilhões.
Queda na procura por crédito
O Indicador de Demanda das Empresas por Crédito da Serasa Experian revelou que, em fevereiro, os micro e pequenos negócios puxaram a baixa da procura pelo recurso com queda de 10,9%.
Os médios e grandes empreendimentos tiveram alta de 17,1% e 26,9%, respectivamente. Ainda assim, o percentual geral do índice, que considera todos os portes, mostrou queda de 10,2%. No Piauí, a queda foi de 8,6%.
Perspectivas futuras
Dados recentes sugerem que a economia brasileira pode estar se recuperando, com a atividade mensal acelerando em fevereiro e a inflação recuando em abril. No entanto, o alto nível de desemprego e a incerteza econômica continuam a ser desafios significativos. A situação é particularmente difícil para as pequenas empresas, que têm menos acesso ao crédito e menos reservas para enfrentar tempos difíceis. A recuperação econômica do Brasil provavelmente será um processo lento e desigual, com muitas empresas lutando para sobreviver.